Há 20 anos, Vieira de Carvalho homenageado com estátua e nome de Praça

Há 20 anos, Vieira de Carvalho homenageado com estátua e nome de Praça

Foram várias centenas de maiatos que disseram “sim” à homenagem ao seu saudoso presidente, no dia 1 de Junho, um ano após a sua morte.
A vida e obra do antigo autarca fica agora perpetuada através de uma estátua a corpo inteiro em plena praça do município que passa a designar-se de “Praça Vieira de Carvalho”, já depois de descerrada a placa toponímica pelo ministro -adjunto do Primeiro Ministro, José Luís Arnaut e por Bragança Fernandes.

A praça do município tem agora outra designação, após a homenagem dedicada a uma das principais figuras da Maia contemporânea, José Vieira de Carvalho. Um ano após o seu desaparecimento, a Câmara da Maia lembrou o saudoso presidente e inaugurou uma estátua em bronze, com mais de dois metros de altura, da autoria do escultor Pedro Cabrita Reis.

Na cerimónia de 1 de Junho estiveram presentes várias personalidades, entre as quais , o Ministro-Adjunto do Primeiro-ministro, José Luís Arnaut, o Presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas, Valentim Loureiro, Presidente da Junta Metropolitana do Porto e da Câmara de Gondo -mar, D. Manuel Martins, antigo bispo de Setúbal, que esteve em representação de D. Armindo Lopes Coelho, bispo da Diocese do Porto, e muitos outros autarcas.

A homenagem ao antigo edil teve o seu começo na Santa Casa da Misericórdia da Maia. D. Albina Vieira de Carvalho, viúva do saudoso presidente, acompanhada de José Luís Arnaut e de Bragança Fernandes, percorreu o comprido tapete vermelho estendido para engalanar a cerimónia de descerramento da escultura, onde se encontrava uma fotografia que homenageia o seu saudoso Provedor.

E depois, vieram os reconhecimentos através das palavras de José Luís Arnaut, reconheci- mento pela «obra feita e grandeza de espírito, e pelo exemplo que foi o professor Vieira de Carvalho, enquanto homem e autarca, mas também como servidor da causa pública, sacrifi -cando a sua vida pessoal, razão pela qual o Concelho, o Norte e o País lhe estão eternamente gratos».

Fernando Ruas classificou esta ocasião como «o momento alto na dignificação do poder local em Portugal, porque se há autarca que dignificou o poder local, foi o professor Vieira de Carvalho, seguramente, uma das figuras que mais se destacou em prol da dignificação do poder local».

Por seu lado, Valentim Loureiro, sublinhou que todos «devemos evocar as boas razões que temos do saudoso professor. A melhor forma é recordar a sua vida e a sua obra notável, que está bem à vista neste concelho da Maia». O presidente da junta metropolitana enalteceu a memória de Vieira de Carvalho, «um homem de dimensão, perfeitamente anormal, no bom sentido. Nunca conheci, em toda a minha vida, personalidade que fosse tão fervorosa na defesa da sua causa: o progresso, a qualidade de vida das pessoas da sua Maia».

Mostrando «gosto e alegria» por ver o povo da Maia reunido junto da sua Câmara para prestar homenagem ao seu Presidente, D. Manuel Martins foi peremptório nas suas palavras: «O professor Vieira de Carvalho foi uma letra maiúscula que deu o nome a esta terra, que demonstrou que todas as letras minúsculas que fazem a terra e fazem a história, fossem também letras maiúsculas».

O presidente da Câmara Municipal da Maia, Bragança Fernandes, também lembrou Vieira de Carvalho, enquanto autarca «fez mais obras neste concelho de que muitos municípios portugueses ousaram se- quer sonhar».  O atual edil classificou Vieira de Carvalho como o «Lidador da era moderna». Por último referiu a importância da estátua e a sua representação, que «encerra em si mesmo um simbolismo muito próprio: mostra o homenageado a dirigir-se para a sua Câmara Municipal, para a casa de todos os maiatos, uma casa onde atendia as pessoas que o esperavam».

Também o presidente da Assembleia Municipal, Luciano Gomes manifestou a sua homenagem ao «maior cidadão maia -to». Congratulou-se pela presença do ministro, o que assenta o «reconhecimento da grande personalidade nacional que era de facto». Demonstrou ainda a sua satisfação pelo «gesto de grandeza e nobreza» de Bragança Fernandes e seu executivo, «que não esqueceram o que Ele representava e que ainda representa para todos nós, pois são portadores dos mais nobres valores da relação humana, de reconhecimento e de justiça, para com um homem que tu do deu e pouco reclamou para si».

A viúva do antigo autarca, Albina Vieira de Carvalho, que tinha dado início ao ato destinado aos discursos, começara por declarar que esta homenagem e a presença de todas as pessoas «é o sinal de que têm sentimentos e memória». «Durante mais de trinta anos, era aqui, direi mesmo, a sua primeira casa, pois aqui sonhou e fez amigos, e aqui acolheu todos os maiatos que precisavam ou não dos seus conselhos e da sua ajuda». A terminar D. Albina, solicitou a todos os presentes para que sempre que passem pela estátua que olhem para a sua figura «com reconhecimento e amor», concluindo com a frase que Vieira de Carvalho repetiu inúmeras vezes: «Bendita seja a nossa terra. Bendita seja as suas gentes e bendito seja Deus».

Clique aqui e recorde este momento -» Edição nº 83 de 2003, Jornal Maia Hoje

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