Vacinação Gripe/Covid e Doenças Cardiovasculares: a relação surpreendente que o poderá convencer a agendar as suas vacinas.

Vacinação Gripe/Covid e Doenças Cardiovasculares: a relação surpreendente que o poderá convencer a agendar as suas vacinas.

O inverno está associado ao aumento da mortalidade cardiovascular. O risco de enfarte do miocárdio, por exemplo, pode ser até 30% maior nesta época. Por cada diminuição de 10 °C na temperatura mínima, as possibilidades de ter um enfarte do miocárdio aumentam 7%. Além da influência meteorológica sazonal do frio, vento e da pressão atmosférica, também teremos de incluir na génese destes eventos o contributo muito importante do aumento da carga inflamatória provocada pelas infeções víricas (Covid, Gripe) e bacterianas (Pneumonia…), também agora muito mais frequentes. O aumento da carga inflamatória nos portadores sintomáticos ou assintomáticos de aterosclerose arterial pode constituir o“gatilho” que precipita o  acidente cardiovascular ou morte súbita por arritmia. Podemos dizer que ser vacinado contra a Gripe é uma das melhores formas de reduzir o risco de vir a sofrer um ataque cardíaco ou AVC.

No seu conjunto, os resultados protetores da vacina da gripe são comparáveis aos obtidos com outras intervenções, como o tratamento da hipertensão, do colesterol elevado ou deixar de fumar. Por todos estes motivos, a ideia de que a gripe é uma doença benigna deve ser contrariada em especial na pessoa idosa que muitas vezes argumenta que sempre “lidou muito bem com as constipações”, esquecendo-se que agora é diferente porque padece de várias doenças que o fragilizaram. O mesmo se poderá dizer em relação á vacinação contra a Covid. Mesmo que já tenha sido anteriormente vacinado recomenda-se que faça agora um reforço, dado que esta vacina está adaptada de forma a proteger contra as estirpes atualmente em circulação.

Será seguro vacinar-me ao mesmo tempo contra a COVID e contra a gripe? Sim. No caso da vacinas da gripe e da COVID, a administração pode ser simultânea, não sendo necessário respeitar qualquer intervalo de tempo. Pode, no entanto, optar por lhe ser administrada uma vacina e, algum tempo depois, a outra, sem necessidade de respeitar qualquer intervalo específico. Em que situações devo adiar a vacinação contra a COVID? Deve adiar a vacinação se tiver sintomas de Covid (tosse recente ou com agravamento do padrão habitual, ou febre igual ou superior a 38,0°C) ou falta de ar/dificuldade respiratória sem outra causa; se teve COVID-19 recentemente deve respeitar um intervalo de tempo mínimo de três meses, entre o diagnóstico e a dose de reforço. Se teve alguma reação à administração da vacina contra a Covid ou Gripe recomenda-se que consulte o seu médico ou se dirija ao Centro de Saúde.

A vacinação é um dos maiores sucessos da história da Medicina, tendo salvado mais vidas nos últimos 50 anos do que qualquer outra intervenção. Não se vacinar nesta época significa prescindir de um dos tratamentos mais eficazes para a doença cardíaca. Ponha em dia as sua vacinas (Covid, Gripe e Pneumonia). Prepare-se para o Inverno.

Ler mais em: Recomendações da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG) para a vacinação das pessoas idosas: https://www.prismedica.pt/wp-content/grand-media/application/SPGG_Recomendacoes_Vacinas.pdf

Opinião de Ovídio Costa
Cardiologista

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