Três dias de Jazz, na Maia
Pela 10ª vez, a divisão da cultura da Câmara Municipal da Maia promove um evento dedicados aos jovens valores do jazz, intitulado de “Jazz no Parque Central da Maia”, nos dias 9, 10 e 11 de junho.
À semelhança do ano passado, o evento irá ser transferido para o auditório do Fórum da Maia, nos mesmos horários e nas mesmas condições de acesso, devido às condições climatéricas.
A entrada é livre.
Programa
Sexta-feira, 9 de junho 18h30– Pedro Neves Trio “Hindrances”
Pedro Neves – piano
Miguel Ângelo – contrabaixo
José Marrucho – bateria
O pianista e compositor Pedro Neves apresenta o novo projeto do seu trio, Hindrances, o quarto álbum editado com Carimbo Porta-Jazz.
Hindrances são cinco obstáculos que impedem a paz de espírito e a clareza mental, sendo as oito peças que compõe o álbum o resultado da reflexão de Pedro Neves perante este conceito budista, a partir da visão imaginária de uma jornada até ao topo de uma montanha, onde o foco maior é a contemplação do momento presente enquanto decorre o percurso para a superação dessas barreiras.
Este disco vem cimentar a identidade musical criada por Pedro Neves reconhecida como”…alguma da mais bela e delicada música jazz feita em Portugal. “, (por Nuno Catarino in bodyspace.net), depois de Ausente (2013), 05:21 (2016) e Murmuration (2019), este trabalho explora novas estruturas composicionais e ambientes sonoros aproveitando a riqueza tímbrica e profundidade rítmica do baterista José Marrucho aliadas à grande cumplicidade musical estabelecida com o contrabaixista Miguel Ângelo ao longo de décadas de amizade e construção conjunta.
Sexta-feira, 9 de junho, 21h30– Mané Fernandes “Matriz Motriz”
Mané Fernandes – composição, guitarra eléctrica customizada, electrónica e voz
Sofia Sá – voz
Mariana Dionísio – voz
Vera Morais – voz
João Grilo – piano, electrónica e voz
A origem do Todo e o Movimento que lhe é inerente.
Uma exploração sobre a especificidade de movimento, seja este físico, rítmico, harmónico ou tímbrico. Com a Voz e o Corpo como pilares da sua acção, este ensemble, sem a secção rítmica tradicional do jazz, apresenta-se como “uma drum-machine do futuro, feita de sonhos”.
Sábado, 10 de junho, 11h30– Imersão / Improvisação
Orientada por Hugo Ciríaco e Luís Castro, esta oficina vai decorrer nas semanas anteriores e irá culminar aqui, num concerto participado com jovens provenientes de escolas de música da Maia, com cinco músicos da Porta-Jazz e o público.
Sábado, 10 de junho, 17h00– O Vazio e o Octaedro
Josué Santos – saxofone tenor, voz e composição
Hristo Goleminov – saxofone tenor e flauta
Afonso Silva – saxofone alto
Gianni Narduzzi – contrabaixo e composição
João Cardita – bateria
Beatriz Rola – violino
Alice Abreu – violino
Sara Farinha – viola
Manuela Ferrão – violoncelo
O universo de Vazio e o Octaedro nasce num momento em que o silêncio ocupa todos os espaços que outrora eram ocupados por pessoas e ideias. Numa tentativa de colmatar estas ausências, Gianni e Josué decidem começar a construir algo juntos, sólido e equilibrado, a partir de pontas opostas, mas seguindo o mesmo ritmo e a mesma direção. É nesta linha de pensamento que decidem juntar a um quarteto de jazz que carece de instrumento harmónico um quarteto de cordas que lhe confere esse suporte e verticalidade. Completadas todas as faces, vértices e arestas e preenchidos todos os espaços anteriormente desocupados, passam a sentir falta do silêncio. Assim, decidem recuperá-lo e imediatamente se apercebem de que, tanto o vazio como o octaedro só fazem sentido quando, não só coexistem, mas também cooperam.
Sábado, 10 de junho, 21h30– Nuno Campos 4tet
Nuno Campos – contrabaixo e composição
José Pedro Coelho – saxofone tenor
Ricardo Moreira – piano
Ricardo Coelho – bateria
Nuno Campos 4tet apresenta-nos o segundo álbum: Something to believe in. Inspirado em concertos da banda no Egipto com o disco anterior, o líder compôs várias peças musicais inspiradas na mitologia egípcia com um forte carácter melódico passando pelo jazz, música improvisada e música contemporânea influenciada por Bartok ou Messiaen.
Domingo, 11 de junho, 17h00– Luís Ribeiro “A Invenção da Ficção”
Luís Ribeiro – guitarra
Hugo Ciríaco – saxofone tenor
Rui Teixeira – saxofone barítono
Joaquim Rodrigues – piano
Miguel Ângelo – contrabaixo
Marcos Cavaleiro – bateria
“Num momento nada. No outro tudo. Todas as possibilidades, todas as viagens, todas as versões da realidade.
Num momento silêncio. No outro música.
A premissa inicial deste trabalho foi o momento do primeiro passo.
A primeira nota é a correcta? A primeira história é a verdadeira? O primeiro improviso é o justo?
Dúvidas que se esfumam imediatamente porque as músicas emancipam-se. Crescem rapidamente e fogem do nosso controlo. Um controlo que nunca existe.
Este trabalho foi escrito em duas semanas no início da pandemia, numa altura em que o mundo parou e eu andei. É resultado da minha parceria com cinco músicos majestosos que partilharam a minha visão e que a encandearam com a sua luz. É o resultado de madrugadas, de palcos, de conversas, de uma vida cravada na música.
Num momento uma página em branco. No outro uma pinga de tinta caiu.”