Sussurros de Sombra: A poesia de Craveirinha ganha voz no palco da Quinta da Caverneira
O Teatro Art’ Imagem estreia, no próximo dia dois de maio, “Sussurros de Sombra”, um espetáculo que assenta na fusão das narrativas poéticas “Poemas da Prisão”; “Maria” e alguns poemas dispersos pelas outras obras do autor José Craveirinha, galardoado com o Prémio Camões em 1991 e considerado o maior escritor moçambicano.
A peça estará em cena no auditório da Quinta da Caverneira, em Águas Santas, até dia 11 de maio.
O bilhete normal tem um custo de 5€. Para estudantes, crianças menos seis anos, mais de 65 anos, profissionais das artes cénicas, desempregados e sócios do Sindicato dos Bancários do Norte, o bilhete custa 3€.
Terças, Quartas e Quintas às 19h00
Sextas e Sábados às 21h30
Domingo às 16h00
Sinopse:
«A dramaturgia (dos textos) procurará pôr em evidência a relevância identitária da sua terra natal, e a visão profunda que emite sobre os mais variados temas universais, bem como sobre a sua vida íntima.
Estando a violência presente de várias formas, e se juntando a ela o encarceramento físico, a palavra poética ganha um novo significado; poderá ela ganhar um sentido subversivo? Daqui, de um sítio fechado e húmido, a poesia tornar-se numa placa de salvação da própria vida, uma espécie de eco ao outro, vigília constante para uma compreensão humana.
Numa espécie de evocação repetitiva, a poética sobre a mulher é como que uma meditação sacral intermediada por uma linguagem romântica, na incansável procura de preencher a lacuna de uma ausência real; por esse facto, no espectáculo reflectir-se-á a experiência passada do autor/personagem mais como uma saudade presente e futura do que a vontade efectiva de construção de uma obra literária. Os tempos confundem-se e a noção do estado de vida e morte perde-se na dúvida, enfatizada por uma encenação que procura a personagem Maria como a fuga “viva” do poeta e da personagem.
Tendo nas suas raízes Portugal e Moçambique, esta será também a nossa forma de o homenagear, permitindo que o poeta se sinta gente da nossa gente e que a nossa gente se deixe poetizar através das palavras de Craveirinha. Maria, a mulher amada, será parte determinante deste nosso Era uma vez… E, da política ao amor, da terra ao mar , com base no surrealismo poético, permitirmos ao público uma viagem entre tempo e lugar, salvaguardando a expressão máxima dos actores, privilegiando o teatro como objecto corporal e vocal, enquanto veículo de comunicação. O trabalho dramatúrgico sobre a obra trará ao objecto artístico, a peça de teatro, referências actuais, que serão evidenciadas em palco de forma simbólica, histórica e emocional, fundindo pensamentos e estéticas com o auxílio de sons, músicas, iluminação e vídeo».