Proteção Civil Maiata esteve à altura de histórico “apagão”
A passada segunda-feira, 28 de abril, ficou marcada para a história como a primeira grande falha de energia elétrica a nível ibérico, ou como dizem os nossos irmãos “açucarados” o “apagão”. Os maiatos viveram-no de forma diferente, aproveitaram para limpezas, um saltinho à praia ou até pôr o sono em dia, mas na sua grande maioria estavam expectantes, com calma e até com boas doses de generosidade e solidariedade para com os vizinhos, principalmente aqueles que viveram o drama de não ter como confecionar o almoço.
Mas como foi oficialmente? O MaiaHoje contactou o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal da Maia, Mário Nuno Neves, para nos dar conta como decorreram as operações no Município durante o “apagão” que nos fez o seguinte relato:
«Às 14.30h foi ativado o Centro de Coordenação Operacional Municipal (CCOM) para acompanhamento e monitorização das ocorrências no concelho composto pelo Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), Serviço de Polícia Municipal e Fiscalização, Bombeiros Voluntários de Moreira e Pedrouços, SMAS Maia, Maiambiente, Divisão de Mobilidade e Transportes, em estreita ligação com as áreas da Educação, Saúde e Ação Social do Município.
A PSP alegou não ter condições para integrar a equipa, ao contrário da GNR que transferiu a sua atividade de comunicações e atendimento para as instalações do SMPC Maia devido a impossibilidade de carregamento dos aparelhos de comunicação nas suas instalações.
Foi efetuado um acompanhamento permanente, na sua maioria presencial, às instalações prioritárias do concelho como Escolas, Unidades de saúde e ERPI no sentido de perceber as contingências que cada uma das entidades tinha e quais as suas principais dificuldades, que foram atenuadas.
Foi estabelecido um plano de comunicações rádio com as diversas entidades presentes utilizando Rádios próprios de SMPC Maia tanto de tecnologia TETRA (SIRESP) como VHF (REPC).
Foi salvaguardado o funcionamento das bombas de combustível próprias da CM Maia de forma a se poder abastecer veículos prioritários como veículos de recolha de lixo e outros que se considerassem prioritários.
Durante este período os bombeiros foram ativados para ocorrências de inundações em garagens devido ao não funcionamento das bombas elétricas das habitações assim como para um incêndio em detritos.
Foi ponderada a ativação do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil a partir das 21:00 se a corrente elétrica não fosse restabelecida até essa hora. No entanto a corrente elétrica começou a ser restabelecida por volta das 20h e por volta das 24h obteve-se a confirmação que todas a freguesias do concelho já se encontravam com corrente.
O CCOM foi desativado cerca da 1h da madrugada, ficando a SMPC Maia em monitorização durante toda a noite.
Os únicos problemas que se verificam ainda neste momento, que são pontuais e relacionam-se com algumas dificuldades no fornecimento de água e que estão a ser resolvidos, e têm a sua origem nas hidropressoras (que com o corte de energia ficaram inoperacionais) e no escasso fornecimento de água por parte das Águas do Norte que estão, por precaução, a dosear o caudal.
É preciso salientar que a tipologia da crise – ausência generalizada de energia elétrica – dificultou imenso a capacidade de comunicação interna, obrigando a deslocações permanentes entre os vários serviços e instituições, sobretudo aquelas que precisavam mais atenção, nomeadamente as de saúde e solidariedade social e a capacidade de comunicação externa com os vários organismos da administração central envolvidas no atenuar e resolução da crise.
Uma palavra de apreço pelo enorme sentido de responsabilidade e civismo demonstrado pela população maiata.», relatou pormenorizadamente o vereador com a Pasta da Protecção Civil Municipal.