Prémio João Álvaro Rocha promove visitas às obras distinguidas na Maia
O Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha promove, no próximo sábado, 25 de outubro, um conjunto de visitas gratuitas às três obras distinguidas na sua 2.ª edição, com a presença dos arquitetos autores, culminando com o lançamento do Catálogo.
De manhã, serão visitadas duas obras localizadas no centro da Maia: a Casa TT, da autoria do arquiteto e António do Fundo Ferreira, uma das duas vencedoras, e o Apartamento 1602 Hven2, do arquiteto José Felgueiras Soares, distinguido com uma menção honrosa.
À tarde, será visitada a outra obra premiada, a Escola Secundária do Castêlo da Maia, do arquiteto José Carvalho Araújo. No final, no auditório da escola, terá lugar a apresentação pública do Catálogo do Prémio.
As três obras são intervenções sobre edifícios existentes.
Programa:
09h45: ponto de encontro Torre do Lidador, Câmara Municipal da Maia;
10h00-11h00: Visita Casa TT, acompanhada por António do Fundo Ferreira (prémio ex-aequo);
11h15: ponto de encontro Torre do Lidador, Câmara Municipal da Maia;
11h30-12h30: Visita ao Apartamento 1602 Hven2, acompanhada por José Felgueiras Soares (menção honrosa);
15h00-16h30: Visita à Escola Secundária do Castêlo da Maia, acompanhada por José Carvalho Araújo (prémio ex-aequo);
16h30-17h30: Lançamento do catálogo no auditório da Escola
As obras distinguidas e os arquitetos
O projeto de renovação da Casa TT (2018) celebra a história e a identidade de uma antiga casa de lavoura, presumivelmente do início do século XX, integrando também a ampliação menos consensual, realizada na década de 1980. A intervenção do arquiteto tira partido destas diferentes camadas temporais. Outrora, muito provavelmente, o centro de uma ampla propriedade agrícola, hoje a casa situa-se em pleno centro urbano da cidade da Maia, mostrando como o desenvolvimento urbano pode incluir a memória.
António José Beça do Fundo Ferreira, licenciado em arquitetura pela Universidade Lusíada do Porto (2006), fundou atelier ADOFF Arquitectos em 2011, depois de colaborar com o atelier Menos é Mais Arquitectos Associados. O seu trabalho tem sido distinguido e premiado. Floriano dos Santos Alves foi o construtor.
O projeto da Escola Secundária do Castêlo da Maia (2016) partiu da duplicação dos pavilhões originais, organizados em torno de um eixo central que estrutura todo o conjunto. No nível superior, dá acesso às áreas letivas. No rés-do-chão, este eixo assume a forma de um corredor exterior coberto, que articula pátios, zonas verdes, anfiteatros ao ar livre e áreas comuns, permitindo o acesso direto da comunidade a equipamentos como auditório, biblioteca, áreas de convívio, áreas desportivas e institucionais. O projeto cumpre a intenção do arquiteto: “é uma nova interpretação da escola como espaço de integração, identidade e experimentação académica”, ao que se pode acrescentar a dimensão “comunitária”.
José Manuel Castro Carvalho Araújo, (Braga 1961), licenciado em arquitetura pela Universidade Técnica de Lisboa, fundou em 1996 o atelier Carvalho Araújo (1996), com atividade em vários países, incluindo Brasil e EUA. Participa ativamente em exposições e congressos internacionais, tendo o seu trabalho sido premiado internacionalmente. O construtor foi Costa & Carreira | Construção Civil e Obras Públicas.
A remodelação do apartamento 1602Hven2 (2016) demonstra como a arquitetura pode às vezes nascer mais da eliminação do que da construção. Partindo de um espaço excessivamente compartimentado e condicionado pelas infraestruturas de um edifício de 15 pisos, o arquiteto optou por remover paredes e tetos de madeira, revelando a estrutura e as colunas técnicas, de forma a ganhar amplitude e altura. Um único novo elemento construído, – um armário de bétula clara, responde às necessidades de arrumação e acesso aos compartimentos. O resultado contrapõe a intimidade dos espaços privados à fluidez da zona social, aberta sobre a cidade através de amplas janelas a sul.
José Jorge Castro Felgueiras Soares licenciado em arquitetura pela Escola Superior Artística do Porto (2004), trabalha em nome individual desde 2014, após colaborações com diversos ateliers. Compartilhou no Porto o espaço DezOnze com colegas, onde co-organizou eventos e exposições. A obra contou com a execução da empresa iconorte lda..
O catálogo
O catálogo reúne todas as obras a concurso, evidenciando as três distinguidas, com fidelidade e rigor inerentes à disciplina da arquitetura. As fotografias são da autoria de Marta Ferreira e de Arménio Teixeira, ambos discípulos do reconhecido fotógrafo, Luís Ferreira Alves, (1938-2022), e de Ivo Tavares, renomado profissional. Tem edição bilingue, em português e inglês, abrangendo o público internacional, cuja dimensão se pretende para o Prémio.
O Prémio
O Prémio, não pecuniário, com periodicidade bienal, destina-se à valorização, reconhecimento e promoção de Edificações e Espaços Públicos, localizados no Município da Maia. Tem a característica invulgar de valorizar não só a qualidade arquitetónica e urbanística, mas sobretudo a função social, cultural e inserção urbana, sendo dado por isso relevância ao período pós-construção e à capacidade de resposta demonstrada pela obra ao propósito que presidiu à encomenda. Esta é a razão da obrigatoriedade das obras candidatas estarem construídas há mais de três anos.
A Câmara Municipal da Maia atribuiu o nome do arquiteto João Álvaro Rocha (1959 – 2014) ao Prémio Municipal de Arquitectura como reconhecimento do seu trabalho em prol da qualidade da arquitetura e do urbanismo, uma parte significativa realizada no concelho da Maia, e com o objetivo da integridade e autenticidade da sua obra servir como referência ao Prémio.
O Prémio, de iniciativa autárquica, é organizado pela APJAR – Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, com o apoio da Ordem dos Arquitectos – Secção Regional Norte.