Maia veste-se de azul para Mês dos Maus-Tratos na Infância

Maia veste-se de azul para Mês dos Maus-Tratos na Infância

Em Abril assinala-se em muitos países o Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância. Segundo o Relatório Mundial sobre prevenção da violência 2014, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de pessoas são assassinadas a cada ano. Além dessas mortes, milhões de crianças, mulheres e homens sofrem devido à amplitude das consequências da violência praticada nas nossas casas, escolas e nas comunidades.

De acordo com algumas estimativas sobre maus-tratos contra a criança, cerca de 22,6 % adultos em todo o mundo sofreram abusos físicos na infância; 36,3% sofreram abuso emocional e 16,3% sofreram negligência física, sem diferenças significativas entre meninos e meninas. No entanto notam-se diferenças acentuadas no que toca a géneros: 18% para meninas e 7,6% para meninos.

Apesar destes resultados, dois terços dos países relatam a implantação de planos de ação nacionais para enfrentar maus-tratos. Mais de metade dos países possuem serviços para identificar, encaminhar, proteger e apoiar vítimas de violência doméstica.

A Comissão na Maia

A Comissão de Proteção de Jovens e Crianças (CPCJ) tem um papel fundamental no que diz respeito aos maus-tratos na infância e na juventude.

Na Maia, a instituição atua há 27 anos e vai recebendo muitas sinalizações devido à quantidade de pais e mães que se sentem incapazes de educar os seus filhos e porque, hoje em dia, as crianças são mais exigentes e colocam cada vez mais desafios às Comissões.

Numa entrevista realizada, no mês de dezembro, ao presidente da CPCJ Maia, António Marinho, revelou-se que «há data de hoje andamos por volta dos 400 processos ativos», ou seja, 400 sinalizações.

Para chamar à atenção do Mês da Prevenção Contra os Maus Tratos na Infância, a CPCJ Maia tomou a iniciativa de colocar cartazes alusivos ao tema em destaque, por todo o concelho. Por sua iniciativa e da CM Maia, entidade de tutela, também alguns monumentos vestiram-se de azul, para assinalar o momento e permanecerão assim durante o mês de abril. 

Durante esta semana, o Maia Hoje percorreu as ruas do centro do município e questionou as pessoas se tinham conhecimento do significado deste mês e se conhecem os objetivos da CPCJ. Reparamos que são poucas as pessoas que conhecem o trabalho da instituição, assim como o Mês da Prevenção Contra os Maus Tratos na Infância. Segundo alguns jovens, «a CPCJ protege crianças em situações vulneráveis, preocupam-se com a questão escolar, se se passa algum abuso dentro de casa» ou «quando algumas crianças não têm controlo dos pais, a instituição ajuda com que as crianças vão para um sítio melhor, onde consigam ter uma educação melhor».

Notámos também que os jovens são os que melhor conhecem o trabalho da CPCJ. 

A História

Em 1989, Bonnie Finney, mulher norte americana, amarrou uma fita azul na antena do seu carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus tratos. Com este gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão desta iniciativa foi de tal ordem que abril passou a ser reconhecido internacionalmente como o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância.

Depois do seu neto ter sido espancado pela mãe e pelo namorado, Bonnie Finney quis lutar pela proteção das crianças. A avó não queria esquecer os corpos cheios de nódoas. O azul, que simboliza a cor das lesões, servir-lhe-ia por isso como uma imagem constante na sua luta na proteção das crianças contra os maus-tratos.

Assim, este movimento expandiu-se e, atualmente, muitos países usam as fitas azuis, durante o mês de abril, em memória daqueles que morreram ou são vítimas de abuso infantil e também como forma de apoiar as famílias e fortalecer as comunidades, nos esforços necessários para prevenir o abuso infantil e a negligência.

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