Família despejada vive em garagem

Família despejada vive em garagem

Conceição de 80 anos, mãe de 6 filhos, à data de hoje, vive com três, Fátima de 52, Manuel de 48 e Albertina de 46 anos, na garagem do prédio de onde foram despejados, ontem, dia 6 de novembro, na Urbanização dos Altos, Cidade da Maia. Sem abrigo para a noite de hoje, face à alegada ameaça do Administrador do condomínio, que no seu direito legal, exige que abandonem os espaços comuns até às 24 horas de hoje, dia 7 de novembro de 2018, a família não sabe o que fazer ou a quem recorrer.

A história remonta há cerca de um ano quando dizem ter tomado conhecimento que a casa estava em situação de penhora.

Ao que parece, o proprietário do imóvel à altura, um dos outros três filhos de Conceição, que chegou a viver na habitação, não terá liquidado as prestações da casa à Entidade Bancária, prestação que a Mãe garante ter comparticipado ou liquidado ao filho, até à data da descoberta do problema. Apesar do filho/ proprietário já com eles não coabitar, Conceição e os três filhos asseguraram ao MaiaHoje ter «sempre pago com muito sacrifício, mesmo quando não havia dinheiro para comprar pão». Desde que saiu de casa o então familiar proprietário, ao que parece, não terá tido boas relações com a mãe e irmãos, sendo até difícil para Fátima entrar em contacto com o mesmo, após a descoberta da tremenda situação em que se encontram. Os outros dois filhos, ao que a mãe diz «têm conhecimento, mas não querem saber, nem ajudam. Nem tenho contacto actual com os outros dois».

Há cerca de um ano já procuram casa, mas os preços que actualmente se praticam são incomportáveis com o orçamento familiar, até porque só Fátima trabalha. Já contactaram a CM Maia, mas ao que nos contaram, estarão em lista de espera para uma Habitação Social. Apesar de tudo, dos preços e das dificuldades, falta também fiador, motivo principal para não terem ainda resolvido a situação a contento «ainda hoje fui ver uma casa que conseguíamos, com muito custo, contas feitas muitas vezes e espremidas, alugar, mas falta sempre o fiador», disse Fátima que já passou a primeira noite na garagem.

A vizinhança também não tem sido solidária, no entanto, há pelo menos dois que lhes prestam algum conforto, para as necessidades básicas e refeições quentes.

O dia de hoje (dado que o Administrador promete chamar hoje as autoridades), mesmo o de amanhã e os próximos 14 dias, data limite para retirarem os seus pertences, vão ser inesquecíveis e de incerteza, tanto pela situação, como pelas condições em que vivem.

Esta família apela a quem tiver uma casa disponível para alugar, o favor de os ajudar, através do contacto com o Jornal MaiaHoje ou Jornal da Maia.

 

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