Carisma e Política: O encanto NÃO basta!
Na arena política, o carisma muitas vezes é tratado como a poção mágica capaz de transformar qualquer indivíduo em um líder influente e querido por todos. No entanto, essa crença no poder do carisma é tão enganadora quanto acreditar que um carro compacto pode ser considerado uma obra-prima apenas pelo nome que carrega. Sim, estou falando do Mitsubishi Carisma, um veículo que tentou vender charme em vez de substância, e o paralelo com a política é inevitável. Como o próprio nome sugere, o Carisma, procurou atrair consumidores com sua aparência externa. No entanto, não demorou muito para que as pessoas percebessem que beleza exterior nem sempre corresponde à qualidade interna, como o uso de materiais de menor qualidade.
Da mesma forma, na política, o carisma pode ser o verniz reluzente que encanta multidões, mas, ao olharmos além dos discursos brilhantes e sorrisos cativantes, descobrimos a falta de substância, capacidade e experiência real para governar. Aqui, devemos lembrar que o carisma, por si só, não é um indicador de competência política. O político carismático pode encantar plateias, mas quando se trata de tomar decisões complexas, enfrentar desafios cruciais ou implementar políticas sólidas, a falta de conhecimento, visão estratégica e habilidades de liderança reais podem tornar-se evidentes.
Assim como o Carisma da Mitsubishi pode ter atraído olhares pela sua suposta elegância, mas ficou aquém em termos de desempenho e confiabilidade, os políticos carismáticos podem cativar eleitores, mas sua capacidade de governar e efetuar mudanças reais é muitas vezes questionável.
Por isso, na próxima vez que nos encantarmo-nos com um político carismático, lembremo-nos do Carisma da Mitsubishi. Encanto pode chamar atenção, mas é a substância que verdadeiramente constrói um legado duradouro. Até ao momento o carisma político trouxe para os portugueses, mentiras, atraso económico, fiscalidade elevada, um sistema de saúde mal administrado, ordenados baixos, casos e casinhos… Todos sabemos o que o carisma político nos custa todos os dias, por isso, na próxima escolha, abram o capot, verifiquem os interiores, identifiquem bem as qualidades do veículo que vão escolher, não se enganem pela estética exterior!
Opinião de António Fonseca
45 anos Consultor Técnico Automóvel
Coordenador do Núcleo da Iniciativa Liberal da Maia