Associação da Maia dinamiza programa de educação socioemocional cofinanciado pela Gulbenkian

Associação da Maia dinamiza programa de educação socioemocional cofinanciado pela Gulbenkian

Educação socioemocional integra horário curricular de 500 alunos.

Fundada por Andreia Espain, a associação Mente de Principiante, com sede na Maia, vai dinamizar o programa de educação sociemocional “Calmamente® – Aprendendo a Aprender-se”.

Implementado em outubro de 2020, em plena pandemia, é este ano letivo abraçado, em horário curricular, por cerca de 500 alunos do Agrupamento de Escolas Abel Salazar, em Matosinhos.

Cofinanciado pela Fundação Calouste Gulbenkian, o projeto está a decorrer em quatro escolas, num total de 19 turmas e envolve alunos com idades compreendidas entre os 8 e os 11 anos. Esta semana, que marca o regresso das aulas ao ensino à distância, o programa irá continuar e será dinamizado em formato online.

Nos dias que correm, torna-se «ainda mais fundamental educar crianças e jovens a ver o mundo, de dentro para fora», revela a associação. «Ser agente de mudança na área da educação socioemocional» foi, desde sempre, o propósito da Mente de Principiante, uma associação com sede na Maia, que promove o bem-estar integral, sobretudo, em contexto escolar e comunitário. 

 A missão e projetos desenvolvidos têm sido reconhecidos a nível nacional, mas a maior conquista acontece com a integração do Programa “Calmamente® – Aprendendo a Aprender-se” em horário curricular em escolas públicas. O projeto de educação socioemocional, que está agora a ser implementado, foi ainda selecionado entre mais de 300 candidaturas, para integrar o projeto Academias Gulbenkian do Conhecimento, contando com o apoio da Fundação no seu cofinanciamento e no acompanhamento permanente durante a sua intervenção.

 Promover a literacia emocional nos cerca de 500 alunos integrados no projeto, bem como, potenciar competências de comunicação, empatia e resolução de problemas são os grandes objetivos do Programa que envolve a participação dos alunos dos 3º, 4º e 5º anos de escolaridade do Ensino Básico das Escolas Ermida, Padre Manuel Castro, Igreja Velha e Maria Manuela de Sá, do Agrupamento de Escolas Abel Salazar, em São Mamede de Infesta, Matosinhos.

 «Motiva-nos a partilha, o equilíbrio, o conhecimento e a emoção. Este é o lema da nossa Academia Mente de Principiante. Com base neste princípio, levamos às crianças e jovens ferramentas fundamentais nos domínios do autoconhecimento, do desenvolvimento emocional e social, um trabalho educativo que encaramos de valia acrescida nesta fase difícil que todos atravessamos», sublinha Andreia Espain, fundadora da Associação Mente de Principiante e responsável pela autoria e coordenação do programa ‘Calmamente® – Aprendendo a Aprender-se’ e da criação de vários programas e materiais pedagógicos com a insígnia HAPPY ZONE®.

Implementação do Programa Calmamente®

O Agrupamento de Escolas Abel Salazar, em parceria com a Associação Mente de Principiante e as Associações de Pais das escolas Ermida, Padre Manuel Castro, Igreja Velha e Maria Manuela de Sá, está a promover, durante o presente ano letivo, a participação dos alunos dos 3º, 4º e 5º anos de escolaridade do Ensino Básico, no programa Calmamente® – Aprendendo a Aprender-se. A implementação do programa está a cargo de uma equipa de facilitadoras da Academia Mente de Principiante, devidamente qualificadas, e decorre, semanalmente, dentro do horário letivo dos alunos. A articulação do projeto envolve também os professores titulares das turmas e as Associações de Pais das respetivas escolas. Toda a intervenção, que será alvo de um estudo científico, será avaliada e monitorizada por uma equipa do Instituto Universitário da Maia (ISMAI), externa ao projeto.

A intervenção começou em outubro de 2020 e vai terminar em julho de 2021.

Apoio das Academias Gulbenkian do Conhecimento

A candidatura decorreu em março de 2020. O projeto da Academia Mente de Principiante foi apurado em duas fases e selecionado pela Fundação Calouste Gulbenkian, entre mais de 300 projetos apresentados, para integrar o projeto Academias do Conhecimento. O apoio da Gulbenkian traduz-se no cofinanciamento da implementação do Programa, bem como, no acompanhamento permanente do mesmo.

A metodologia Calmamente®

Este é um programa de educação socioemocional que já foi aplicado em várias turmas e escolas do país, estruturado em sessões compostas por diversas dinâmicas que favorecem a aquisição de competências como o autoconhecimento, a comunicação e a autorregulação emocional, entre outras, contribuindo para o crescimento emocional equilibrado dos participantes.  

«A nossa experiência formativa – ao longo de cinco anos -, e o contacto com as realidades escolares em que nos movimentamos dão-nos a clara indicação de uma iliteracia emocional generalizada e, consequentemente, da falta de ferramentas de autoconhecimento e autoregulação. Esta é uma realidade que queremos mudar, levando os nossos programas a cada vez mais escolas e famílias», destaca Andreia Espain, assumindo que, ter conquistado o apoio da Fundação Gulbenkian na transmissão de competências sociais e emocionais foi um grande passo. «Ter visto o projeto selecionado entre tantas candidaturas, significou um enorme reconhecimento de todo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos, sendo uma importante conquista na replicação da metodologia ‘Calmamente’, levando-a a mais crianças e jovens».

Cinco anos depois do lançamento do Programa Calmamente®, Andreia Espain tem a certeza de querer continuar a trilhar os caminhos da educação socioemocional, na certeza de que é possível fazer a diferença, todos os dias, em todas as escolas, em cada sala de aula, em cada aluno, sobretudo, nestes tempos de pandemia que trouxeram maior insegurança, ansiedade e agitação emocional. 

 «Embora logisticamente seja, talvez, o ano mais difícil para este tipo de intervenção, é, por outro lado, um ano em que é absolutamente fundamental intervir nestes domínios junto das crianças e jovens, no sentido de lhes transmitir equilíbrio e ferramentas que lhes permitam melhorar a sua literacia social e emocional. É grande desafio, mas também uma grande missão», conclui Andreia Espain.

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