A Maia falou e nós ouvimos!
As eleições autárquicas são, talvez, o momento mais autêntico da democracia portuguesa. São o espelho direto da relação entre os cidadãos e o poder que lhes está mais próximo, o poder local.
A 12 de outubro, a Maia voltou a falar e a mensagem foi clara. O povo maiato valorizou a estabilidade, reconheceu o trabalho feito, mas também mostrou vontade de mudança gradual, de renovação e de mais escrutínio sobre quem governa o concelho.
Esta foi uma campanha diferente. Pela primeira vez, a Iniciativa Liberal apresentou candidatura a todos os órgãos autárquicos, com uma equipa coesa, preparada e profundamente conhecedora do território. Fomos a votos com uma mensagem positiva, direta e assente em três pilares: habitação acessível, mobilidade eficiente e menos impostos locais.
Falámos de liberdade, mas também de responsabilidade. Falamos do que, realmente, afeta o munícipe. Na mobilidade, falamos da ausência ou maus passeios.Falamos em transportes públicos (pouco) eficientes e que devem fornecer condições dignas aos utentes bem como de acessos que permitam fluidez do tráfego no concelho e reduzir o tempo perdido em filas de trânsito. Falamos em reduzir o tempo de espera pelo transporte e o tempo entre deslocações para poderem trocar de transporte. Porque tudo isto influi diretamente na liberdade individual e o munícipe deve ser a prioridade em cada decisão tomada pela autarquia.
O resultado eleitoral não nos deu ainda representação no executivo camarário, mas deu-nos algo igualmente valioso: representatividade e voz. Elegemos dois deputados para a Assembleia Municipal e um deputado para a Assembleia de Freguesia da Cidade da Maia.
Estes mandatos significam que o liberalismo conquistou, de forma sólida e democrática, o seu espaço político no concelho. Passámos a ter presença, a poder questionar, propor e fiscalizar. Passámos a fazer parte das decisões e isto é apenas o começo.
Mas este artigo não é sobre nós.
É, acima de tudo, sobre a Maia.
Os resultados mostraram que a maioria dos maiatos preferiu continuar a confiar na coligação que atualmente governa, mas há sinais de alerta que não devem ser ignorados. Cresceu a expressão de forças populistas, de protesto e descontentamento. Infelizmente, nas eleições locais, muitos cidadãos abstêm-se ou votam branco, sinal de que se sentem afastados da política, dos seus órgãos locais e descrentes do impacto do seu voto.
Essa é, talvez, a maior lição destas eleições: a democracia precisa de ser cuidada todos os dias e não apenas de quatro em quatro anos.
O exercício do voto é o mínimo da participação cívica, mas está longe de ser o máximo.
O futuro da Maia constrói-se através de cidadãos atentos, informados e exigentes em locais como as escolas, as associações, as empresas, as freguesias e em debates públicos. Cada cidadão deverá ser um escrutinador natural da gestão municipal e cada voz conta.
É esta visão de cidadania ativa que a Iniciativa Liberal quer fortalecer. Não queremos substituir o eleitor, queremos dar-lhe mais poder, mais transparência e mais informação, para que possa decidir melhor.
Durante a campanha eleitoral, percorremos todas as freguesias. Falámos com milhares de pessoas, escutamos as suas preocupações e os seus sonhos.
Percebemos que a Maia é um concelho com enorme potencial humano, mas onde ainda faltam políticas públicas verdadeiramente orientadas para as pessoas. Falta planeamento urbano que antecipe o futuro e não que reaja a cada problema de uma forma isolada. Falta uma estratégia de mobilidade que ligue efetivamente as freguesias entre si e com os concelhos vizinhos. Falta habitação a preços compatíveis com o rendimento das famílias.
Faltam decisões mais corajosas e menos dependentes do cálculo político.
Os maiatos não pedem promessas vãs, pedem gestão séria, rigorosa e transparente. Querem saber como e onde é gasto o dinheiro dos seus impostos. Querem ver resultados na rua: passeios acessíveis, transportes pontuais, parques seguros, oportunidades para os jovens permanecerem no concelho e para todos viverem com dignidade.
Esse é o grande compromisso liberal: menos política de fachada e mais resultados visíveis.
O voto liberal na Maia é, por isso, um voto de confiança num novo modelo de fazer política.
É o voto de quem quer mais meritocracia e menos clientelismo.
De quem quer decisões baseadas em evidência e não em conveniência.
De quem acredita que um município moderno não deve ser o maior empregador local, mas sim o maior facilitador de investimento, inovação e liberdade económica.
Por isso, este resultado não é um fim, não é um ponto final, mas sim o ponto de partida.
O início de um novo ciclo de cidadania ativa, no qual a Iniciativa Liberal será uma voz construtiva, fiscalizadora e propositiva.
O liberalismo que representamos é humanista e responsável.
Defende que o Estado deve existir para servir as pessoas, não para este se servir delas. A Câmara Municipal deve ser um verdadeiro serviço público, não um empecilho público.
E acreditar que a liberdade não é um privilégio, mas um dever cívico que se exerce com responsabilidade e conhecimento.
Como candidato à câmara municipal , saio desta campanha com um enorme sentimento de gratidão.
Agradeço à minha família, que foi o meu porto seguro em cada dia desta jornada, à equipa da Iniciativa Liberal da Maia, que demonstrou uma dedicação e profissionalismo extraordinário e a todos os cidadãos que nos receberam com respeito e curiosidade, mesmo que não concordassem com as nossas ideias.
É assim que se constrói uma democracia adulta, no diálogo e no respeito pela diferença.
A Maia merece mais, merece Decidir Melhor.
Merece políticas públicas mais transparentes, uma Câmara Municipal mais próxima e uma oposição mais qualificada e vigilante.
É esse o papel que assumiremos com humildade e determinação.
Estaremos atentos, seremos exigentes e continuaremos a trabalhar para que, nas próximas eleições, mais maiatos se revejam no projeto liberal.
Porque a mudança não acontece num dia, constroi-se passo a passo, voto a voto, com verdade, trabalho e coerência.
A Maia falou!
E nós ouvimos com atenção, com respeito e com esperança.
O caminho liberal na Maia só agora começou.
António Fonseca
Coordenador da Iniciativa Liberal Maia


