A fé, os valores e o respeito
Há coisas com as quais não se brinca. A fé, os valores, o respeito por quem dedicou a vida a servir os outros.
Em 2020, o Dr. André Ventura disse que o Papa Francisco era um mau exemplo para o cristianismo. Atacou-o. Ridicularizou-o. Só porque o Papa falava de amor ao próximo, de acolhimento, de fraternidade.
Agora, com o Papa já falecido, o mesmo Dr. Ventura aparece a dizer que lamenta profundamente e que o seu legado deve continuar. Como se nada tivesse dito. Como se ninguém se lembrasse.
Mas nós lembramo-nos.
E o povo português, que é um povo justo, sabe distinguir quem fala com o coração de quem fala por conveniência.
Não se pode usar a dor, a fé ou a morte de um líder espiritual para limpar anos de discurso de ódio, só porque agora dá jeito parecer moderado. Isso não é liderança. Isso é oportunismo.
Portugal merece líderes com convicções verdadeiras. Que defendem os seus valores sempre — nos momentos fáceis e nos momentos difíceis. Que não mudam de opinião como quem muda de gravata para a televisão.
A política precisa de verdade. E a verdade é que André Ventura não é o homem que parece ser. É apenas o homem que quer que os outros vejam — dependendo do momento.
E por isso, quando dizemos que com o Chega ‘Não é Não’, não é por arrogância, como alguns querem fazer crer. É por responsabilidade. É por respeito pelos portugueses, pelas instituições, e por tudo aquilo que é essencial para haver estabilidade e governabilidade num país.
Porque não é possível governar com quem muda de princípios ao sabor do vento. E muito menos com quem usa a fé dos outros como arma política.
Portugal merece melhor. E vai ter melhor.
Opinião de João Leitão, presidente do CDS MAIA