Cristo perseguido
Nas últimas décadas, os cristãos foram subtilmente perseguidos nas democracias ocidentais. Têm sido excluídos das notícias e do debate publico. Os líderes cristãos, não têm tido a mesma equitativa voz de outros quadrantes sociais e são quase impedidos de manifestarem os seus valores acerca de, por exemplo, da vida, família e casamento. Esta agenda de silenciamento aos cristãos é um programa político, como vamos verificar.
Uma notícia acerca do assassinato e violação de uma freira de 61 anos em S. João da Madeira causaram consternação nacional e expuseram, finalmente, as contradições do programa totalitário em vigor na media portuguesa. Na verdade, a media teve dificuldade em representar os verdadeiros sentimentos de compaixão dos portugueses perante tal hediondo acontecimento e recorre, retoricamente, a aparelhos ideológicos para a sua explicação; tudo, porque se trata de um ser exógeno à sua agenda satânica: uma cristã.
Actualmente, os cristãos são ridicularizados e excluídos socialmente pelos media e pelo embuste da “ciência” materialista, ensinada nas academias, que tendem a negar o sistema de valores cristãos e religião de fé universal. E há razões para isso: é a agenda totalitária internacional, em acção, por exemplo em Harvard os cristãos são secundarizados a favor de judeus.
A agenda de exclusão da narrativa cristã, nos media e no debate publico, opera-se pelo pragmatismo e ideologia dos media. O débil marxismo dominante’ nos media associou o cristianismo à missão colonialista do ocidente, desvirtuando todas as intenções reais; por razões praticas, o débil marxismo mediático prefere o conflito, feridos e mortos da guerra, que geram muito mais audiência. A paz é, segundo os seguidores do “Das Kapital”, uma seca. A guerra dá lucro, não apenas a quem a financia, pratica ou conspire os seus despojos, mas simplesmente porque os canais mediáticos adquirem mais patrocinadores depois de uma guerra em directo do que a compaixão cristã como “breaking news”.
Além disso, o cristianismo é resistência à missão liberal-corporativista de ataque à família, que a vê apenas como célula de consumo sem valores, criatividade ou humanidade; nesta retórica neo-liberal, atingir a família, é obter quota de mercado, em consumo e eleitores.
O treino subliminar dos media contra o cristianismo tem uma razão: as soberanias ocidentais baseiam-se em constituições inspiradas por valores universais cristãos bíblicos (igualdade, liberdade, fraternidade, justiça, compaixão), que tendem a ser negados pelas agendas totalitárias e elitistas do comunismo da UE ou ONU (demonstradas pela vigente reposição da população cristã europeia por população islâmica, engendrada na burocracia).
Por isso os media-escravos tem excluído os cristãos da informação publica e privilegiado os modorrentos migrantes muçulmanos.
1. Alarme
Um relatório publicado por Jeremy Hunt, secretario para a política externa britânica, revelou que um em cada três crentes religiosos em todo o mundo, sofrem de perseguição, e desses, os cristãos são os mais perseguidos. O drama ocorre particularmente no berço da cristandade, no Médio Oriente, onde os governos locais se propõem eliminar o cristianismo e o seu rasto. Aqui, os cristãos não estão apenas a serem muito mais perseguidos como está a aumentar a intensidade e hostilidade da perseguição, quase a atingir “níveis de genocídio” (segundo métrica da ONU). Toda esta hostilidade aos cristãos tem gerado êxodo e drástica diminuição das comunidades cristãs; por exemplo, no Iraque a população cristã diminuiu de 1,5 milhões para 120 mil, em apenas 15 anos.
O relatório do senhor Hunt revela ainda que milhões de crentes em Jesus Cristo foram deslocados de suas casas, mortos, raptados e aprisionados; mas o frequente é a discriminação diária e decepção publica e se forem mulheres a descriminação é dupla – principalmente nos países muçulmanos do leste da Ásia e da África sub-Sahara. Segundo este documento, 80% da perseguição religiosa no planeta é dirigida a cristãos. Mas os media têm escondido esta realidade, sob desculpa que a religião cristã e os missionários estão aliados ao colonialismo do ocidente, não revelando que a maioria dos crentes e beneficiários destas missões, são as pessoas mais pobres e excluídos de sistemas opressivos de castas, tribos e economias marxistas.
A situação é alarmante em países autoritários como a Algéria, Egipto, Irão, Iraque, Síria e Arábia Saudita, onde há fortes limitações à pratica do cristianismo, sem margem de manobra para fés não-islâmicas. Nestes países, o estado incentiva a intolerância entre a população e impunidade a grupos extremistas que atacam e discriminam cristãos na educação, emprego, e vida social,
No Irão, Algéria e Qatar, Síria, Iemen e Líbia, o estado é cúmplice directo de grupos extremistas, comunidades, vizinhos e família em perseguição dos seguidores de Cristo, constantemente intimidados a abandonarem as comunidades. No Egipto, em 2017, foram assassinados 99 cristãos por grupos extremistas e no Irão, nas vésperas de Natal de 2018, foram presos 114 cristãos, entre os quais um proeminente pastor, sem julgamento ou acusação. “Ao fim destes anos de direitos humanos, a humanidade falhou em providenciar dignidade para todos os homens e mulheres e liberdade individual do planeta”, conclui o secretário Hunt.
O fundador da organização World Help, Vernon Brewer, afirmou na Fox News, que se trata de uma realidade incompreensível “porque no ocidente não há este nível de perseguição intencional aos cristãos”. Lembrando testemunhas da China e da Coreia de Norte, que com olhos assustados contaram a origem das suas cicatrizes e histórias negras, Brewer concluiu, dramaticamente, que “quanto mais viajo, mais vejo que a perseguição aos cristãos é pior do que antes”. Segundo a World Help, as mulheres cristãs são as principais vítimas, porque sofrem de dupla perseguição, por serem mulheres e por serem cristãs: em cada dia, pelo menos 6 mulheres crentes em Cristo, são violadas, sexualmente atacadas ou forçadas para casamentos com muçulmanos, sob ameaça de morte. Facto que é confirmado pelo Observatório Open Doors, que revela as 50 nações mais perigosas do mundo para os seguidores de Jesus Cristo, cuja maioria (38) são muçulmanas; e é na origem da cristandade, Médio Oriente e Norte de África, onde a perseguição é mais forte, como se a purga quisesse atingir o berço.
O caso mais gritante é na Nigéria, onde, segundo a inteligência dos EUA, mais de 200.000 cristãos correm perigo de vida, incluindo mulheres e raparigas cristãs, raptadas, forçadas à conversão, e ao casamento com muçulmanos, sexualmente abusadas, torturadas e mantidas em cativeiro; neste “país”, a perseguição faz-se em aberto, onde são destruídas cruzes, igrejas, edifícios e o assassinato de clérigos faz parte do exibicionismo simbólico dos extremistas religiosos Boko-Haram, cujo objectivo é remover qualquer prova de cristianismo, a mais universal das religiões, que o tribalismo não suporta.
Pior, estas estatísticas não contam tudo, muitos são os casos não denunciados, perdidos no medo, tudo porque estes seres humanos se levantam em nome de Jesus Cristo.
2. Na Índia.
A Índia é uma “novidade” na perseguição aos cristãos. Desde que o partido nacionalista BJP, ganhou as eleições em 2014 e o seu primeiro-ministro Narendra Modi foi eleito, a Índia enveredou por uma política nacionalista de ‘limpeza’ à decepção estrangeira, infelizmente, os cristãos estão incluídos nesse grupo, vistos como representantes de países hostis: só este ano foram atacados 12.000 cristãos e o número de ataques a igrejas cristãs quase triplicou em apenas um ano, passou de 34 para 98 ataques neste ano 2019.
A maior parte destes ataques vêm de hindus radicais (nacionalistas), que vem os cristãos como uma ameaça à nação pelo seu crescimento em número. O primeiro-ministro Narendra Modi, tem sido impune com estes extremistas hindus.
Na Índia, os cristãos estão em colisão com um sistema de castas rígido, e são as castas ‘mais baixas’, os mais pobres, os atraídos para os cristianismo. A Open Doors, revela que quase todos os dias há igrejas a serem atacadas ou demolidas, mas o primeiro ministro e as autoridades negam, enquanto perseguem Organizações Não Governamentais (ONG’s) cristãs, que presumem como interesses estrangeiros infiltrados. Alguns políticos querem expulsar minorias muçulmanas e cristãs até 2021, pressupondo-lhes espionagem estrangeira. Muitos dos hindus convertidos ao cristianismo são os que mais padecem, para além das pressões da família, amigos e comunidade, são assaltados, hospitalizados ou até mortos.
3. Na Algéria.
O Capítulo 1, artª 2 da Constituição argelina diz que o “islão é a a religião do estado”, e desde que a Algeria se tornou um país legalmente muçulmano começaram as torturas para as religiões minoritárias neste país. Principalmente os cristãos, vistos como antípodas do islamismo. Aqui, os cristãos vivem em constante medo que as suas conversas colidam com a doutrina muçulmana dominante e até os edifícios em que os cristãos possam exerçam as suas doutrinas devem ser autorizados e designados pelo estado – que nunca autorizou ou designou nenhum. Por isso, só neste 2019, fecharam 19 igrejas, onde se inclui a maior da Argelia (Full Gospel of Tizi-Ouzou), com mais de 1000 seguidores, que a polícia invadiu e cujos crentes foram despejados sob força e agressão, em sequência e exemplo de outras igrejas.
Esta ‘purga’ é o resultado de um pais que se quer projectar como islâmico e decidiu que o cristianismo minoritário bloqueia as suas intenções. São inúmeros os casos denunciados – como ameaça e intimidação – nos media: cinco cristãos são detidos e condenados a multas por tentarem convencerem familiares a mudar para a religião cristã; dois outros cristãos, irmãos, foram condenados por transportarem 50 bíblias no seu carro; noticias frequentes de vandalismo a cemitérios e profanação de sepulturas cristãs. Tudo isto no sentido de desmoralizar os cristãos. Grave é que as principais vítimas são ex-muçulmanos que se convertem à doutrina de Jesus Cristo, quando as suas famílias, vizinhos e comunidade exercem o mais bárbaro tribalismo, porque na Algeria “é proibida a agitação a muçulmanos”.
4. Na China.
O governo chinês está a desmoralizar os cristãos desde 2017 com ataques, perseguição e discriminação. Depois da era Mao o crescimento do cristianismo na China disparou, principalmente o cristianismo protestante; hoje há 60 milhões de cristãos praticantes de um sistema de crenças que rivaliza fortemente com o comunismo de Xi Djiping. Mas o governo chinês não abdica da sua mitologia revolucionária e as religiões (cristianismo, budismo e islamismo) são desincentivadas e perseguidas. O governo de Xi tem atacado igrejas cristãs, destruindo-as com bulldozers e dinamite (por vezes, durante celebrações), as cruzes foram banidas e são proibidas em edifícios; o Natal é desincentivado. No sul da China, os Cristãos foram incitados a substituírem retratos de Jesus pelo do líder Xi, que proibiu a venda de bíblias na internet e vão substituídas por bíblias do “cristianismo chinês” – adaptando a Bíblia cristã aos “princípios” da revolução socialista – uma aberrante “bíblia socialista”. Muitos dos chineses crentes em Cristo, reúnem-se clandestinamente ou mudam de localidade. O governo chinês teme no cristianismo a sua actividade política e crescente influencia social porque a grande maioria dos activistas de direitos humanos na China são cristãos.
5. Genocídio do ISIS.
Um dos maiores genocídios da história foi o infligido aos cristãos da Arménia (1914-1923), accionado pelo império Otomano que causou 1,5 milhões de mortos, onde mulheres eram crucificadas nuas e crianças morriam à fome, entre atrocidades como queimadas colectivas de seres humanos. O mesmo ódio sectário ocorreu 100 anos depois, com os ataques do grupo de mercenários ISIS e Al-Qaeda (2014-2017), durante a guerra do Iraque e Síria, quando os terroristas perseguiram particularmente comunidades cristãs. Quanto mais frágeis e indefesas fossem as vítimas, maior seria a crueldade: como a dirigida à comunidade Yazidi, uma comunidade rural do norte da Síria, onde crianças e adolescentes foram forçadas a pernoitarem com os seus predadores mercenários (segundo relatos das vítimas nos EUA).
Dezenas de igrejas e cultos referentes a cristãos foram destruídos no Iraque e na Síria, muitos seguidores de Cristo foram barbaramente crucificados, incluindo seus filhos. Em 2016, o ISIS exibia na sua página da Internet, crianças e raparigas cristãs para venda ou resgate, no valor de 100 mil dólares cada uma.
Em 2016, a União Europeia, EUA e Inglaterra classificaram, sob votos unânimes, estes actos como «genocídio»; mas não o Canadá, que tentou fazer aprovar os mesmos votos, mas tiveram a oposição do Partido Liberal de Justin Trudeau (o mesmo que condena a ‘islamofobia’ e descriminaliza a ‘bestialidade’).
6. A Hipocrisia da ONU
A ONU tem accionado o mecanismo politicamente correcto do controle de expressão, mas é um embuste para proteger o islão. Em nome do combate à islamofobia’ a ONU pretende legislação que discrimine e criminalize o discurso de “ódio” (sem definir a sua essência). Mas é uma trama: como Guterres insiste no infame “plano das migrações”, (cujos protagonistas serão muçulmanos a invadir a segurança social dos países ocidentais) a ONU que calar as potenciais futuras resistências e até prevê premiar os mais conformistas.
Isto é, os media e a opinião publica ficarão proibidos de expressar a perseguição aos cristãos porque isso pode constituir crime de “ódio” e exercício de “islamofobia” (um termo inventado pelo lobie islâmico dos EUA). Em essência, a ONU está a apoiar o lobie da Arábia Saudita e a expansão islâmica – sem espanto, a Arábia Saudita, onde o cristianismo é proibido, foi presidência do Conselho dos Direitos Humanos da ONU – e a secundarizar o mundo cristão.
7. Conclusão
O Vaticano parece não conseguir contrariar a perseguição ao cristianismo a favor da expansão do islamismo e comunismo – as doutrinas mais autoritárias e opressivas. E isto é agenda política. Sob aval da ONU e desleixo comprometido dos media, planeia-se a gradual destruição da civilização ocidental.
Nem o islão, nem o socialismo se regem pelos cânones cristãos do Ocidente – onde muçulmanos são acolhidos aos abraços, lhe destroem a segurança social e criam guerra civil (Suécia), enquanto cristãos são sabotados, perseguidos, humilhados e mortos nos paises islâmicos e socialistas.
Se aliarmos a expansão islâmica ao silenciado genocídio dos cristãos em todo o mundo, não é difícil de perceber que se está a operar uma mudança demográfica e cultural (planeada em gabinetes), diante dos nossos olhos: a lenta aniquilação do cristianismo, enquanto religião pacífica, universal e inspiradora e sua substituição pelo desequilibro islâmico e tontura socialista, muito mais favoráveis a conflitos, dividas fatais e guerras. Isto para que a ‘religião única’ da ONU se sugira como solução e se legitime, teimosamente, em governo mundial.
Que Jesus Cristo nos ilumine, enquanto é tempo.
Augusto Ramos
Sociólogo
Maia


