António Fonseca: «A “Maia a Decidir Melhor” é termos soluções, ambição, rigor e transparência»
António Fonseca é candidato à Câmara Municipal da Maia pela Iniciativa Liberal.
Maia Hoje (MH): Quem é o cidadão António Fonseca?
António Fonseca (AF): Antes de mais quero parabenizar o Maia Hoje pelos seus 25 anos e dizer-vos que foram uma lufada de ar fresco na comunicação escrita da Maia. Também contribuíram para a minha formação, como pessoa e como homem, porque começaram a transmitir a informação de forma diferente. Nós tivemos acesso ao Jornal Maia Hoje nas bancas. E, por isso, dar-vos os parabéns pelo trabalho feito e que venham mais 25 anos pela frente.
O cidadão António Fonseca é um cidadão comum. Nasci na Maia, fui criado na Maia e criei o meu filho na Maia. Sou uma pessoa que sai todos os dias para o trabalho, confraterniza e lida todos os dias com pessoas normais, nas suas empresas e nos seus trabalhos. Sinto as dificuldades que os trabalhadores e as pessoas comuns sentem todos os dias.
Tenho que pagar as minhas contas, tenho que levar o meu filho à escola, tenho que estar preocupado com os meus pais, com os meus sogros, com a restante família.
Escolhi este local para a entrevista, porque tem bastante significado para mim. Estamos em frente à Igreja São Romão de Vermoim, onde fui batizado e onde frequentei a catequese. Em frente, neste parque, corri milhares de quilómetros de bicicleta e percorri quilómetros pelo concelho da Maia de bicicleta também. Conheço a Maia como a palma das minhas mãos e a evolução que teve, conseguindo identificar, também, os problemas que tem.
E isso é que me fez, como cidadão, tomar a iniciativa de me tornar um candidato à Câmara Municipal, neste caso pela Iniciativa Liberal, que é o partido que eu represento e ser mais uma opção para os Maiatos. Mostrar aos Maiatos que não é preciso ser um político de carreira, para se poder fazer política, para nos preocuparmos com o nosso concelho e com a nossa cidade e principalmente com a nossa gente.

MH: O vosso slogan é “Maia a Decidir Melhor”. O que é que esta frase vos diz?
AF: A Maia é uma excelente cidade para se viver, eu não conheço nenhuma melhor.
O meu filho está a ser criado cá e eu quero que os filhos dos Maiatos também sejam criados cá e tenham essa oportunidade. A “Maia a Decidir Melhor” é, de facto, aquilo que eu e que a Iniciativa Liberal sentimos poder fazer. Temos soluções, ambição, somos rigorosos e primamos pela transparência, que, neste momento, é um dos problemas que existe no nosso concelho, ou seja, é um bom concelho para viver, mas o executivo parece estar distante das pessoas. Notamos que há muitas decisões que são tomadas em gabinete, por projetos e faz falta aos governantes saírem para a rua, conhecerem os locais e, a seguir, tomarem as decisões.
Recentemente, discutiu-se a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) e o executivo teve a hipótese nas mãos, de estancar o problema do imobiliário na Maia, e não o fez. Ou seja, precisava de decidir melhor, de ser mais bem aconselhado e de ter alguém que lhes desse um contraponto, uma alternativa. E esse alguém sou eu, um vereador liberal, para dar outro ponto de vista. Também é legítimo que, quem está a decidir há 30 anos, achar que decide bem. E se ninguém lhes disser que está a decidir mal, também não é correto. Por isso, a candidatura da Iniciativa Liberal, é no sentido de uma candidatura positiva.
A Maia é uma excelente cidade para viver. A Maia tem coisas fantásticas, pessoas fantásticas e espaços espetaculares, no entanto noto, como munícipe, que o nosso executivo está muito fechado em si mesmo. Tem que sair mais para a rua, ouvir mais as populações e sentir mais o pulso das pessoas. O munícipe tem que ser a prioridade. A Câmara tem que ser um verdadeiro serviço público, não pode ser um empecilho público. Tem que facilitar os processos, dar respostas, permitir que os munícipes tenham acesso à informação atempadamente. Os munícipes têm que trabalhar, têm que pagar TAPs e pagar despesas que não são a deles diretamente.
Se eu precisar da Câmara, o mínimo que eu peço é que seja célere, que me ajude, que me explique como é que eu vou resolver o meu problema. A Câmara não pode servir de empecilho. Para isso, a Iniciativa Liberal também defende a digitalização dos serviços camarários. As pessoas devem estar em casa e ter acesso ao que precisarem. Se eu colocar um requerimento à Câmara Municipal, não faz sentido eu ter que perder horas do meu dia para ir à Câmara Municipal, receber uma resposta ou perceber qual é o estado em que está o pedido que eu fiz.
A Iniciativa Liberal quer trazer à Maia uma nova ambição, uma nova forma de fazer política, mais junto das pessoas, mais próximo do eleitorado e dos munícipes, ouvindo de facto os problemas que eles sentem. E depois tomar decisões. O que eu noto, principalmente como munícipe, é que as decisões são tomadas e depois trabalha-se na reclamação. Vamos colocar ali depois umas flores e uma praça, uma rotunda, que provavelmente lhes vai agradar. A verdade é que a política do pão e circo já é conhecida há muito tempo e nós liberais não a defendemos.

MH: A Iniciativa Liberal não é exatamente contra o movimento de política atual da Maia, apenas quer fazê-lo decidir mais e melhor?
AF: Não somos populistas, não está tudo mal. Pelo contrário, há coisas muito bem feitas na Maia e somos exemplo para outros concelhos. Mas também temos de ser humildes, honestos e sinceros e é isto que os maiatos podem esperar de mim. Nunca irão ouvir promessas vãs.
A análise que fazemos, é que é legítimo entenderem que ao fim de tantos anos, sempre os mesmos a gerir os destinos do concelho, eles não são os sabedores mores e que as decisões que tomam nem sempre são as melhores. Para decidir melhor, a Maia tem que eleger um vereador liberal, que se está a comprometer com as pessoas, a transmitir-lhes informações, a ouvi-las, a representá-las e a ser a voz delas no executivo camarário. O vereador liberal propõe-se a ser transparente, rigoroso, mas sempre com o munícipe como prioridade. No caso da Maia, pensamos que este executivo, tem direcionado as prioridades nem sempre para os munícipes, mas, às vezes, mais para a aparência, para ficar bonito, ou para atingir um número alto num ranking, mas que não vai resolver os problemas dos maiatos.
Fala-se agora, em mais uma promessa, que também achámos que está mal planeada e esperemos que não avancem, a de um Multiusos num sítio onde já há concentração de habitação e de população. Esse Multiusos devia ser deslocado para uma área que permitisse dinamizar as populações de, nomeadamente Silva Escura, Folgosa, Pedrouços. Não se pode prometer obras aos maiatos, megalómanas, e eles não poderem chegar aos locais.
Ao fim de 30 anos, nós temos ainda ruas na Maia, onde um autocarro não passa, não cabe. Não percebo como é que há candidatos que vão prometer chegar a todo lado, porque não é possível, sem as estradas estarem tratadas e resolvidas. Ou seja, o problema da mobilidade não se resolve só com o aumento de transporte. Quem acha que aumentar o número de transportes vai resolver o problema, está a decidir no gabinete, nunca foi à rua onde os transportes não passam. Se não é possível chegar, porque a rua não permite, então vamos colocar o mais próximo possível do transporte das populações. Isto porquê? A Iniciativa Liberal defende a liberdade individual e nós estamos presos na Maia. Nós na Maia não conseguimos fazer nada sem carro ou sem uma motorizada. Não venham apregoar e dizer que conseguem trabalhar através dos transportes públicos. É um erro dizer às pessoas que se vai resolver isto com toque de midas, porque se vai fazer uma reunião com a UNIR para aumentar o número de veículos. É de quem está num gabinete.
O que eu e a Iniciativa Liberal prometemos, é que estamos disponíveis para os munícipes e eu vou andar na rua a tomar conhecimento das situações para poder sugerir, poder aconselhar e poder ajudar a Maia a decidir melhor.
Para concluir, este executivo tomou boas decisões, mas também tomou más. Fazer uma troca para um executivo socialista? Desculpem, tenho que dizer isto, não é a melhor opção, porque da minha memória, dos meus 47 anos, a única vez que tivemos um executivo socialista na Maia, não foi de boas memórias e os maiatos todos que cá devem-se recordar. O executivo do PSD, foi de facto uma lutada de ar fresco, conseguindo evoluir a Maia a nível de empresas, como a Zona Industrial, conseguiram trazer muita coisa boa para a Maia. Mas como é natural, no meio de tantas decisões, há outras decisões que não são tão boas. Se calhar a prioridade foi agradar alguém ou servir interesses de terceiros.
MH: Qual é que acha que é o maior problema que está a afetar a Maia? E já agora sendo eleito, quais serão as suas prioridades?
AF: O que me preocupa a mim e à maior parte dos maiatos, é o preço do custo do imobiliário e a Câmara tem a hipótese de estagnar isso, ou melhor teve e não decidiu bem.
A habitação é um problema e é um problema que nos preocupa bastante, principalmente a mim, porque tenho um filho com 14 anos e não quero que ele emigre.
Quero que ele fique perto de mim.
Não é com projetos de quatro andares, cinco andares, que vamos resolver o problema da habitação da Maia. Também não queremos prédios como o Dubai nem como a Torre do Lidador, não há necessidade. Mas se metade dos prédios da Maia tivesse metade do tamanho da Torre do Lidador, o problema da habitação da Maia estava estagnado, porque as casas estavam ocupadas, os preços eram mais competitivos.
A Torre do Lidador podia ter decidido melhor. Ao invés de fazer uma torre para estar ali como uma estátua, tinham investido e tinham rentabilizado aquilo de outra forma. Este Executivo precisa de ajuda para decidir melhor. Nós não somos favoráveis à transformação quando não há necessidade para, porque ao estarmos a transformar podemos estar a piorar.
Sou do tempo em que a Maia não estava no mapa e a Maia agora é uma cidade internacional, vamos assim dizer.
Outro dos problemas é a mobilidade, que não se resolve só com transportes públicos. Temos que se tratar dos passeios, integrar as ciclovias nos passeios para darmos condições às pessoas de circularem na Maia e de forma livre. Essa tem que ser a prioridade, não é “como é que a pessoa chega a Matosinhos ou como é que a pessoa chega à Maia”. Isso está resolvido há 30 anos. Nós queremos é chegar ao Castêlo, a S. Pedro Fins, a Folgosa, a Gemunde ou a Guilhabreu.
Nas próximas eleições, os maiatos vão decidir se a Maia vai continuar estagnada ou se porventura vai ter aquele boost, vão-lhe dar o upgrade, vão-lhe fazer uma atualização e colocar um vereador liberal no executivo que permita agilizar todos estes processos e fazer a ponte entre o executivo, entre os gabinetes e a população, o que neste momento não há.
Este executivo tem que comunicar mais, tem que estar mais atento aos sinais que a população lhe dá e tem que se preocupar mais com os munícipes. É para isso que as pessoas votam nos políticos. O executivo está embrenhado em si há tanto tempo que sofre de uma embriaguez de informação. Eles próprios estão contaminados pelo feed que recebem. É necessário alguém junto deles que não tenha compromissos com terceiros, que não tenha interesses obscuros, que não tenha sequer um passado que o possa comprometer, que é o meu caso, que me permite ser livre de dizer não, está mal, não, está errado. Ás vezes custa dizer não, mas o não existe no português, como o sim. E tem tanta importância como o sim. E dizer não é muito importante muitas vezes. Se alguma decisão não tomar os maiatos como prioritários, vão levar o meu não.
MH: Nestas eleições, o que é que seria um bom resultado para a Iniciativa Liberal?
AF: Nas outras eleições conseguimos eleger um deputado para a Assembleia Municipal. Nestas eleições será eleger um vereador liberal, eleger um grupo parlamentar para a Assembleia Municipal e elegermos em todas as freguesias onde nós temos os nossos candidatos. Dessa forma, conseguiremos, de facto, influenciar a política no concelho.
Havendo um vereador liberal no executivo da Câmara, liberais na Assembleia Municipal e com liberais nas Assembleias de Freguesia, garantidamente o concelho da Maia vai- se tornar um concelho mais liberal, um concelho mais livre, com ideias novas, com mais ambição, com mais rigor e com transparência.