Refluxo de esgotos na Rua de São Romão gera queixas de moradores
A Rua de São Romão, na Cidade de Jardim/Maninhos, registou no início desta semana um episódio de refluxo de esgotos que originou o alagamento do passeio e parte da via pública.
A situação ocorreu entre a noite de 4 de setembro e a manhã de 5, tendo levado a várias queixas de moradores junto dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) da Maia.
Segundo testemunhos de leitores do Jornal da Maia, as águas residuais permaneceram durante várias horas na via pública, estendendo-se até à Rua de Santo António, antes de ser realizada a intervenção de limpeza.
«Existiram fezes humanas por mais de 12h a céu aberto na Cidade Jardim /Maninhos. E não, não foi a primeira vez» refere uma leitora ao jornal.
Os moradores afirmam que problemas semelhantes têm acontecido de forma recorrente, sobretudo nos meses de inverno, e associam a origem da situação à instalação de uma paragem de autocarro junto ao n.º 353 da mesma rua.
«Estes entupimentos começaram a partir do momento em que foi colocada a paragem de autocarro junto ao n.º 353 da Rua de São Romão e, há vários anos que acontecem, mas com gravidade crescente».
Paralelamente, foram ainda reportados problemas de saneamento no edifício n.º 347, incluindo danos nas infraestruturas internas e riscos de transbordo em dias de maior pluviosidade.
«O que poderia já ser um projeto de saneamento antiquado e a necessitar de intervenção tem vindo a agravar-se com o aluimento do pátio, tubos de saneamento partidos, águas sujas que “fervilham” na sanita do r/c e que, em momentos de muita chuva, ameaçam transbordar».
Segundo a leitora, o caso encontra-se a tramitar na Câmara Municipal da Maia há cerca de três anos, tendo sido recentemente realizada uma vistoria de segurança «o ofício final chegou-nos recentemente com o reconhecimento de necessidade urgente de intervenção que reponha as condições de habitabilidade».
Entretanto, a leitora solicitou uma audiência com o presidente da Câmara Municipal da Maia e encontra-se inscrita para intervir na reunião pública do executivo de 15 de setembro, onde pretende obter esclarecimentos sobre soluções a longo prazo.
Esclarecimento dos SMAS:
Em contraditório solicitado pelo Maiahoje, o SMAS da Maia esclareceu que a ocorrência foi provocada por uma obstrução no coletor de saneamento, causada pela acumulação de toalhitas, cotonetes e outros resíduos indevidos «que culminaram no respetivo entupimento e descarga de Águas Residuais na Caixa de Ramal de Ligação da Habitação».
Embora a responsabilidade da manutenção da rede pertença ao SMAS da Maia «deverá existir, por parte dos munícipes, uma maior sensibilidade e sentido de responsabilidade cívica para a correta utilização da rede, o que nem sempre acontece com a introdução de objetos que não deveriam ser despejados para a rede, como é o caso de toalhitas, etc» explicam os serviços.
O SMAS confirma que a situação foi participada no dia 4 de setembro, pelas 21h06, tendo a sido avaliação pelo piquete, ficando a intervenção agendada para o dia seguinte, 05.09.2025, e pelas 9h36 o problema estava a ser resolvido.
O SMAS sublinha que, apesar de realizar manutenções periódicas, situações semelhantes podem voltar a verificar-se caso persistam práticas inadequadas de utilização da rede de saneamento.
«Poderão ocorrer novos entupimentos, caso os residentes da zona envolvente mantenham o comportamento que originou o entupimento. Importa ainda referir, que caso seja necessário, o lesado poderá participar os danos aos SMAS da Maia, que encaminhará a situação para a seguradora».