Programa “Sockids” o tecido empresarial com responsabilidade na comunidade
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O SocKids é uma iniciativa da empresa do sector automóvel, Sociedade Comercial C. Santos, criada em tempos de pandemia, já envolve outros parceiros e empresas, perdurando até aos dias de hoje. Este programa, foi desenhado para apoiar as famílias dos trabalhadores da empresa maiata durante os períodos de pausa letiva.

Fomos saber junto de Sérgio Pinto, diretor de Recursos Humanos da Sociedade Comercial C. Santos, como surgiu a ideia, o impacto que tem gerado e como o programa se transformou numa referência de responsabilidade social, apoio familiar e exemplo de boas práticas no meio empresarial.
Jornal da Maia (JM): O que é e como surgiu a ideia do programa SocKids e o que motivou a sua criação em plena pandemia, em 2020?
Sérgio Pinto (SP): O SocKids nasce da necessidade de contornar alguns dos efeitos nefastos da covid-19 e do confinamento naquela altura imposto às escolas e restante equipamentos lúdico-educativos. As escolas, ATL e infantários encerraram e os nossos trabalhadores, pais e educadores viram-se obrigados a permanecer em casa e, assim, garantir o bem-estar das crianças. A Sociedade Comercial C. Santos planeava já com trazer até si as famílias dos colaboradores e nada melhor do que começar pelos filhos. As crianças são muitos entusiastas e exteriorizam muito mais os seus sentimentos, o que, naquela altura, foi como uma lufada de ar fresco. Recordo que vivíamos todos intensamente qualquer conquista que permitisse alguma normalidade. As famílias, os pais/funcionários e a empresa ganharam o retomar das rotinas fora da nuvem do confinamento.
JM: Quais são os principais objetivos do programa SocKids para os filhos dos colaboradores?
SP: O objetivo principal é dar uma resposta essencial para as famílias nos períodos de férias e pausas letivas, com atividade lúdicas e pedagógicas. No caso da Sociedade Comercial C. Santos há o objetivo adicional de trazer as crianças ao ambiente profissional dos pais. De facto, este programa visa também dar a conhecer aos mais pequenos o mundo do trabalho, assim como o local de trabalho dos pais. As crianças visitam a mãe ou o pai (por vezes ambos) no próprio local de trabalho e satisfazem as curiosidades do que fazem e como o fazem.
JM: Que tipo de atividades são desenvolvidas durante o programa, tanto no verão como no Natal e na Páscoa?
SP: As atividades são mesmo muitas e variadas, optamos por fazer sempre ligação à época que o programa de decorre. No Natal e na Páscoa fazemos atividades atinentes à época festiva que se comemora. No Verão, porque o período é mais extenso e a meteorologia assim o permite, trabalhamos mais as atividades ao ar livre, desde piscina, trampolins, insufláveis, ténis, até aos jogos tradicionais, mas também aos jogos mais atuais com recurso a tecnologias que os mais jovens apreciam e lhe são mais apelativas. Habitualmente, abrangemos esta temática dos jogos tradicionais nas diferentes culturas e nos países estrangeiros. Trabalhamos sempre a solidariedade, o dinamismo e proatividade. Trabalhamos igualmente a consciencialização para temas fraturantes e que nos afetam no nosso dia a dia, sejam eles políticos, económicos ou sociais, essencialmente, desafiamos constantemente os nossos jovens a pensar e contribuir com soluções. Desta forma estaremos a colocar na rotina diária deles o desafio de estar recetivo aos temas da atualidade.


JM: Como tem sido a recetividade por parte dos colaboradores da empresa e das crianças envolvidas?
SP: A recetividade é muito interessante. Todo os anos, perto de uma centena de crianças participa (embora não de forma simultânea) no SocKids. A recetividade de outras empresas e parceiros tem sido muito interessante, até por perceberem que, além da vertente lúdica, há uma componente pedagógica e, também, de formação para a cidadania.
Todas as edições têm temáticas diferentes e mesmo não querendo substituir os educadores/pais temos sempre como objetivo explorar responsabilidades sociais. Estas temáticas vão sendo trabalhadas questionado a sensibilidade dos temas a cada um, com esclarecimentos, visitas e mesmo com contributos, ou seja, com trabalhos executados pelas nossas crianças com o intuito de reverter todo o saldo em prol destas causas.
No entanto, promovemos sempre temas fulcrais e que nos afetam enquanto seres sociais, por exemplo o bullying, o cyberbullying, a violência doméstica, os comportamentos socialmente não aceites, os efeitos nefastos das drogas e do álcool, etc. Em muitas destas situações, contamos com a ajuda e participação de diferentes instituições altamente qualificadas para opinarem acerca destas temáticas, por exemplo GNR, PSP, Polícia Judiciária, Bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa, etc.



JM: Em termos logísticos, como funciona o SocKids? É gratuito? Tem limite de vagas? Como se organiza a inscrição?
SP: O SocKids é gratuito e tem um limite de inscrições, mas que é flexível. A inscrição é efetuada da seguinte forma: o departamento de recursos humanos efetua o aviso da nova “temporada” SocKids e os colaboradores inscrevem os familiares mais novos (dos 4 aos 14 anos, embora este limite não seja estanque). Depois, o programa funciona – na altura das férias letivas – nos dias úteis, das 8h00 às 19h00. O programa é gratuito e inclui todas as atividades e refeições.
JM: Como é que a parceria com a associação juvenil SóJovem enriquece o programa?
SP: A SóJovem é o nosso parceiro de referência no SocKids desde a criação do projeto. A entidade é detentora deste know-how, fruto do trabalho que desenvolve no âmbito nacional e internacional, transportando para esta experiência monitores de vários pontos da Europa, permitindo assim que esta seja uma experiência internacional que possibilita o desenvolvimento de competências culturais e linguísticas, que de outra forma não seria possível. Fruto da prática da educação não formal, esta parceria possibilita ainda a aprendizagem através do brincar e do descobrir, o que muito enriquece as atividades desenvolvidas. A entidade organiza, através dos seus monitores, todas as atividades de base, sempre com a supervisão e apoio do departamento de recursos humanos da Sociedade Comercial C. Santos.



JM: Que tipo de impacto tem esta iniciativa nas crianças, funcionários e na própria empresa?
SP: As empresas são compostas por pessoas, perto de 400 no caso da Sociedade Comercial C. Santos e da Rent a Star. O bem-estar das pessoas está sempre na nossa mente e acreditamos que os benefícios do programa SocKids vão além da comodidade da resposta de ocupação de tempos livres dos filhos. Também o ambiente na empresa com a presença diárias das crianças é valorizado por todos no dia a dia.
JM: Está nos planos da Sociedade Comercial C. Santos expandir ou reforçar este tipo de apoio familiar no futuro?
SP: Cada edição do SocKids tem melhorias face à anterior. No futuro, essa perspetiva de melhoria continua irá manter-se, mas sempre dentro da resposta à necessidade de apoio às “nossas” famílias para os mais novos.
JM: Considera que iniciativas como o SocKids podem servir de exemplo para outras empresas em Portugal? Porquê?
SP: As boas-práticas devem ser sempre seguidas e exemplos como o SocKids são respostas interessantes para as empresas. Tudo o que acrescentar valor pode e deve ser tido em conta.


