“Viagem ao coração da Liga Nacional Contra a Fome”
A Liga Nacional Contra a Fome quis partilhar com o Jornal da Maia e os seus leitores um dia da equipa de Gondomar e de Coimbra no combate à pobreza e à fome.
Há 26 anos que a Liga Nacional Contra a Fome (LNCF) implementa vários projetos e programas de Ajuda Alimentar a nível nacional, que visam combater a pobreza, dando suporte e acompanhamento a todas as pessoas que a ela recorrem.
De forma a dar a conhecer o trabalho que é feito, a LNCF partilhou com o jornal Maia Hoje a «azáfama» que preenche os dias em que procedem à entrega dos cabazes, que incluem géneros alimentares.
O dia começa às nove da manhã no número 325 da rua Caloust Gulbenkian. «Estamos no Refeitório Social da Liga Nacional Contra a Fome, em Rio Tinto, onde reina um frenesim diário, mas regado com um especial carinho, entrega e afeto».
É com um sorriso visível no olhar que a voluntária “RSA” termina os cabazes, para que comecem a ser entregues às nove e meia. Para que tudo seja feito nas devidas condições sanitárias, de salubridade e higiene são retirados os frutos e legumes apodrecidos e conferidos os prazos de validade. São ainda separados «os produtos entre perecíveis e não perecíveis».
Diariamente são entregues cerca de 15 cabazes e há cerca de 50 utentes que, duas vezes por semana, recebem bens alimentares.
Logo depois da distribuição dos cabazes inicia-se a entrega dos almoços. As colaboradoras têm que «descarregar tudo, fazer a separação do que está consumível e nas devidas condições, agrupar por categoria» e, paralelamente o almoço do dia seguinte começa a ser preparado.
Por sua vez, em Coimbra, a voluntária “ANN” entrega diariamente cabazes aos coimbrenses. Entre as nove e as 18 horas, esta delegação distribui igualmente os bens alimentares consoante as necessidades dos utentes. Quanto à entrega mensal «tem de ser agendada atempadamente».
«Do outro lado da grande sala que constitui o espaço do Refeitório Social, “ANN” e “VIT” já estão de avental colocado e colher de pau na mão». As refeições são sempre preparadas e «polvilhadas com uma especial pitada de afeto, carinho e ternura espelhados no olhar».
É num rodopio constante que cerca de 90 refeições são confecionadas para serem servidas entre as 11 e meia e o meio dia e meio. «Alguns dos utentes almoçam no local, enquanto outros optam por levar as refeições para as suas residências, opção, aliás, de grande parte dos utentes. Basicamente só almoçam no refeitório os sem abrigo ou quem reside em quartos».
Da parte da tarde, o trabalho da Liga Nacional Contra a Fome prossegue com arrumações na cozinha e limpeza do refeitório. Depois segue-se a recolha de bens alimentares dos hipermercados que «solidariamente» colaboram com a LNCF.
«Entre funcionários e voluntários da LNCF, a ronda faz-se diariamente para recolher estes donativos, bens usados na confeção das refeições e na realização dos cabazes, as duas principais respostas sociais da Liga».
É por volta as três e meia que começam a chegar as carrinhas com os bens recolhidos. «É este o dia a dia nas delegações de Gondomar e Coimbra da Liga Nacional Contra a Fome».
«Ao longo destes 26 anos, dado que não dispõe de qualquer acordo de cooperação com a Segurança Social, a instituição tem levado a cabo a sua missão, pelos próprios meios, através dos donativos inclusive de géneros alimentares, doados por inúmeras empresas nacionais, a quem a Liga Nacional agradece todo o apoio prestado».
São 18h. A noite começa a cair quando, no número 325 da Rua Calouste Gulbenkian, finalmente se fecham portas e as luzes se apagam.
Para além das respostas sociais em curso, a LNCF tem em vista brevemente a sua expansão com a reabertura da Padaria em Rio Tinto; a construção de uma ERPI- Estrutura Residencial para Pessoas Idosas no Marco de Canaveses; Início de SAD- Serviço de Apoio Domiciliário no Porto, Gondomar e Marco de Canaveses; a abertura de um Centro de Convívio para a Terceira Idade.
A Liga Nacional Contra a Fome conta com o apoio da comunidade. Consulte o site: https://www.lncf.pt/ e veja como pode ajudar!