«Uma esquadra de polícia seria muito necessária e benéfica»

«Uma esquadra de polícia seria muito necessária e benéfica»

Numa freguesia que admite ter sido «em tempos» esquecida pelo município, considera-se «uma amiga de proximidade», onde as pessoas vão à Junta, muitas vezes só «para receber uma palavra de conforto».

Isabel das Dores Ferreira Carvalho é a atual presidente da Junta de Freguesia de Pedrouços e conta agora com 50 anos. Vive na freguesia desde que nasceu e, após o término do seu percurso escolar, começou a trabalhar na Arquitex, como escriturária. Nunca frequentou o ensino superior «para tristeza da família», mas se o tivesse feito seria no curso de Direito ou Administração Pública, por ser uma área do seu interesse e por ser «fascinada» pela área social.
Estando atualmente no primeiro mandato, Isabel Carvalho tem como principal preocupação a população e o bem-estar da mesma. «Não me considero política, considero-me uma amiga de proximidade. Vim para a Junta com o intuito de melhorar a minha terra», diz.
Numa freguesia que admite ter sido, em tempos, esquecida pelo município, Isabel Carvalho tenta combater este paradigma e fala, assim, ao MaiaHoje sobre o Passado, o Presente e o Futuro de Pedrouços.

MaiaHoje (MH): Está no primeiro mandato, não é verdade?
Isabel Carvalho (IC):
Sim, eu estive quatro anos com o senhor Joaquim Araújo e, no seu último mandato estive como secretária.

MH: Esta proximidade que tem com as pessoas foi também o que a fez aceitar o desafio para esta candidatura?
IC:
Exatamente. Eu sempre me considerei uma pessoa muito sociável desde muito nova, sempre tive uma abertura muito grande, fiz amigos com muita facilidade e relaciono-me com as pessoas muito facilmente. Acho ainda que uma pessoa deve ser humilde, correta e, sobretudo, verdadeira, porque muitas vezes as pessoas vêm aqui à Junta para receber uma palavra amiga. A Junta de Freguesia é a porta que alguém sabe que está sempre aberta e que há sempre alguém para receber. Mesmo as colegas lá em baixo, as nossas administrativas, são muito prontas sempre a ajudar e nunca ninguém vai daqui sem uma resposta, tentamos sempre resolver os problemas.

MH: É difícil ser-se mulher e presidente da Junta? Ou as pessoas que cá chegam, chegam sempre com um sorriso de bondade?
IC:
Eu estou cá há 10 meses e ainda não tenho que dizer. Às vezes, via telefone, recebemos pessoas que, no pensamento delas, tudo o que se passa é a Junta de Freguesia que tem de resolver e acabam por ser menos corretas nas palavras. Muitas são também as pessoas que nos dizem “eu não conheço o presidente da Câmara, nem tenho nada a ver com a Câmara, tenho é que ver com o Junta” e, para esses moradores, se há um buraco é com a Junta, se há um incêndio é com a Junta. Muitas vezes falo com os colegas presidentes de Junta das restantes freguesias do concelho e eles também têm esta perceção de que tudo é para ser tratado com a Junta de Freguesia, mesmo pela questão de proximidade. Nenhumas, ou muito poucas são as pessoas que vão reclamar na Câmara Municipal e, por isso, a primeira cara que encontram é, precisamente, a da Junta de Freguesia.
Muitas das vezes também não é fácil lidar com os serviços da Câmara, há departamentos em que até obtemos uma resposta rápida, há outros que demoram mais um bocadinho, mas temos que respeitar, até porque nem todos os assuntos são rápidos de resolver, nem são iguais, muitos deles não são da mesma envergadura.
Dou-lhe um exemplo, nós temos um problema aqui em Pedrouços a nível do lixo. Porque temos algumas situações de habitação ilegal, às quais estamos já a estudar uma maneira de as resolver, mas que aí acaba por aquela recolha que a Maiambiente faz, e muito bem, a nível de excelência, diria, haver dificuldades porque se a recolha é feita hoje, amanhã já nos estão a ligar a dizer que é preciso nova recolha de lixo. A Maiambiente faz um bom trabalho, mas claro, as pessoas tentam sempre expor este problema e, além disso, ninguém quer ver a sua freguesia desta forma. Todos queremos ver Pedrouços de maneira saudável, é quase como a nossa casa.

MH: E como é que era Pedrouços no Passado?
IC:
Eu lembro-me que Pedrouços era muito rural, com campos e bouças e as crianças brincavam aí mesmo, não haviam parques infantis, não me lembro de, na minha infância, haver um parque infantil. Brincávamos na rua, uns com os outros, jogávamos à bola ou saltávamos à corda com os vizinhos.
Depois alguns proprietários começaram a vender os seus terrenos aqui na freguesia e começou a habitação, também os acessos a Pedrouços começaram a ser construídos e foi muito importante e, sem dúvida, uma mais valia para a freguesia. Mesmo a nível industrial havia duas ou três fábricas que empregavam muita gente daqui, numa altura em que as mulheres ainda tinham muito aquele espírito doméstico, as mulheres não trabalhavam.
Eu posso falar de há 30 anos e não tem mesmo nada a ver com o que vemos hoje. Já com os meus 20 anos, e com melhor perceção, foi uma mudança enorme, uma evolução para melhor.

MH: E tem noção de quando é que ocorreu esse “boom”, chamemos-lhe assim?
IC:
Praticamente quando Pedrouços passou a freguesia, há 37 anos. As pessoas criaram a Comissão Instaladora, formou-se a freguesia e houve outro impacto porque as pessoas começaram a investir mais com a desagregação de Águas Santas.

MH: Notou-se, portanto, muita diferença desde essa desagregação…
IC:
Sim, claro! Teve um grande impacto e, por exemplo, a criação do cemitério foi muito importante. As pessoas deixaram de ir de camioneta para Águas Santas e, agora, com o cemitério e a capela mortuária aqui não necessitamos de fazer tantas deslocações.

MH: Passando para os dias de hoje, como é que podemos falar de Pedrouços? Ou seja, foi uma freguesia que foi evoluindo ao longo do tempo e, agora, que projetos é que tem em cima da mesa?
IC:
Posso adiantar que tive uma reunião esta semana (semana de 22 a 26 de agosto) com a doutora Emília Santos, e um dos projetos que temos atualmente são as piscinas, que é uma promessa eleitoral, temos, não a nosso nível, a construção da igreja, que a vai engrandecer e enriquecer bastante a freguesia.
Temos ainda a construção dos bombeiros, a própria rotunda junto à bomba de gasolina da Prio, que vamos chamar-lhe a rotunda de Nossa Senhora da Natividade aqui ao cimo da avenida, porque se dão muitos acidentes no local pela falta de visibilidade de quem vem de baixo, da Travessa Nova da Giesta. Nunca foram acidentes graves, mas é uma das promessas e uma das obras que eu queria ver mesmo realizada, porque é realmente uma necessidade premente para a freguesia.

MH: Estes são projetos da Junta, ou são realizados em parceria com a Câmara Municipal?
IC:
São com o apoio da Câmara. A Junta tem muito poucas competências, fazemos, por exemplo, uns arranjos e não temos possibilidades para fazer grandes obras.
A nível de Junta, vamos começar, agora no início de setembro, uma requalificação dos Lavadouros Públicos, porque é uma coisa que ainda vamos querer manter, mesmo que haja um número mínimo de pessoas a utiliza-los, mas acho que os devemos manter, mesmo com a contenção de água. Existem quatro lavadouros bastante grandes, dois deles vamos reduzi-los para metade e um já dará para as duas situações, lavar e passar a roupa. Esta será uma obra da Junta, aliada a alguns arruamentos que vamos tentando sempre fazer, pequenas obras é o que está ao nosso alcance.
Mas deixe-me dizer que estamos sempre em articulação com a Câmara, mesmo a nível do Ambiente, da Saúde, e o nosso Executivo dá sempre a conhecer as nossas necessidades aqui em Pedrouços.
Exemplo desta mesma articulação que falo é ainda um projeto que aconteceu com o departamento de Saúde da Câmara Municipal a propósito da vaga de calor que se fez sentir. Foi feito um plano de contingência articulado com as restantes freguesias, em que nós tivemos acesso a uma lista de pessoas acima dos 60 anos em isolamento ou com dificuldades de mobilidade, carência económica, em que a ideia era saber do estado de saúde e dar conselhos “bebam muita água, não andem ao calor”. Nós tivemos em contacto com essas pessoas e cerca de três ou quatro idosos, que não atenderam o telefone, e, embora tendo filhos, eu fui a casa deles para ver como estavam. Deixe-me dizer que, depois desta preocupação inicial, fiquei muito contente porque tive idosos acima dos 80 anos que me disseram estar muito satisfeitos com a nossa preocupação, não se sentiram abandonados. Foi um projeto mesmo muito gratificante.

MH: Estes são os projetos que estão atualmente em cima da mesa, mas que acabam naturalmente por passar para futuro também. Futuramente, são estes os projetos ou existem mais?
IC:
De futuro, mas que eu queria também para já, vai haver uma requalificação da Escola sede, porque tem um bom agrupamento e uma boa direção e estamos a ter muita procura até porque já temos o ensino secundário em Pedrouços. Aumentaram muito o número de turmas e a escola vai precisar mesmo de uma grande intervenção. O projeto julgo que já estará feito e que vai ser executado, não sei se com início neste ano letivo. É um projeto de grande envergadura, mas está a ser necessário para darmos melhor qualidade de ensino às nossas crianças e aos nossos jovens. Sobre este aumento da procura e das turmas eu fiquei muito contente, soube disto esta semana, através da vice-presidente do agrupamento, e isso é, sem dúvida, muito bom para a freguesia.

MH: Nas restantes freguesias do concelho, a população incide em maioria na faixa etária compreendida entre os 25 e os 64 anos. Será que, com o aumento de turmas na escola, aqui em Pedrouços se observam mais jovens?
IC:
Há realmente muitos jovens aqui, mas usam a freguesia quase como um dormitório, isto porque estamos aqui muito próximos do polo universitário. Temos vários prédios que estão todos alugados por jovens universitários, mas que praticamente só dormem em Pedrouços, não fazendo a vida deles cá. Na freguesia temos as duas fases etárias, temos os jovens e a população já mais envelhecida.

MH: Atrair os jovens faz parte deste leque de interesses que Pedrouços tem?
IC:
Sim. Até fizemos uma proposta para criar um espaço desportivo ao ar livre, que cativasse os jovens, porque mesmo nas férias procuram Pedrouços. Nós fizemos uma proposta à Câmara da Maia para criar um parque de merendas no Parque dos Amores, se possível com um court de ténis. E acho que é, de facto, uma coisa interessante para cativar os jovens. Além do que já referi, queremos colocar tabelas de basquete, vai ser feita a requalificação do polidesportivo, que esteve um bocadinho abandonado, será entregue à escola durante o dia e a partir das 18h, e aos fins de semana, será entregue a uma coletividade da freguesia para fazer a gestão do mesmo.
Na Casa do Alto também vai ser implementado um parque infantil, por estar já um pouco desatualizado. Também temos as obras dos sanitários para dar apoio ao parque da Casa do Alto, que também é muito importante.

MH: Recuando um pouquinho, o seu mandato começou ainda em período de pandemia, como é que tem sido feita esta gestão?
IC:
Nós tentámos solucionar da melhor maneira, mesmo quando ainda estava no cargo de secretária, e sempre nos preocupou a questão dos seniores. Tentámos sempre ter a nossa carrinha disponível para os levar ao Centro de Vacinação, sempre que solicitado nós tínhamos todo o apoio para os levar lá e fomos estando sempre atentos às suas necessidades. Não foi fácil. Em seguida, imprimíamos sempre os certificados de vacinação porque havia muita dificuldade nesse aspeto.
Ainda aqui na Junta, tivemos e temos o gabinete GAIL (Gabinete de Atendimento Integrado Local), com uma psicóloga para o apoio, que aumentou bastante porque houve muita gente que, por exemplo, estavam ligadas ao ramo da restauração e ficaram desempregadas, as dificuldades com os filhos aumentaram, até porque não havendo dinheiro começam as preocupações.

MH: Tendo dito há pouco que a área social é realmente do seu interesse, ver este aumento dos pedidos de ajuda era algo que também a preocupava?
IC:
Exatamente, preocupa-me ainda muito. Ainda hoje, posso dizer-lhe que, já neste mandato, apoiamos muitas famílias. Temos também como nosso apoio os “Vicentinos” e a procura é cada vez maior. Tivemos igualmente essa perceção nas inscrições para a entrega do cabaz de Natal. Agora, creio que já está a haver novamente abertura de trabalho, mas a pandemia veio mudar muito a rotina e os hábitos das pessoas.
Ainda hoje mantemos todas as ajudas possíveis. Temos, como disse, a psicóloga, e o GAIL, que funciona quatro dias por semana. E é de resto um apoio gratuito.
Temos, de igual forma, uma parceria com a Universidade Fernando Pessoa, em que um morador pode marcar através do Gabinete de Atendimento Integrado Local com a nossa doutora da Segurança Social, para receber um apoio a nível de dentição. É esta a parceria que temos e que é um fator muito bom, porque é uma das coisas que às vezes deixamos um bocadinho de lado e, neste caso, sem necessidade. Vêm cá à Junta, nós passamos uma declaração e podem ir à Universidade Fernando Pessoa para tratarem determinado problema. E, das informações que temos, são tratados muito bem.

MH: Há mais situações como esta?
IC:
De momento estamos a tentar arranjar um espaço para acolher os nossos Vicentinos, para também eles poderem dar uma melhor resposta aos casos que lhes vão chegando, por exemplo, um espaço que lhes permita ter mais arcas para os alimentos que depois são distribuídos à nossa população.
Temos ainda o “Recriar”, em Teibas, que apoia os jovens em idade escolar, os seniores e também lá serão entregues cabazes de apoio alimentar.

MH: Estes dois nomes são de associações?
IC:
Sim, no caso do Recriar é uma associação através da Santa Casa da Misericórdia, nós temos parceria com eles, damos-lhe uma ajuda mensalmente, e eles apoiam bastante os jovens. Jovens que às vezes andam um bocadinho desligados e eu acho que desde que vão para o Recriar que têm tido muito bons resultados. Têm o prémio “Zero Negas”, que os incentiva a esforçarem-se. Incentiva-os também através de campos de férias e muitas outras atividades. O que no fundo é também muito bom para a freguesia. No fundo, saber-se que alguém que precise pode ir àquela porta porque há alguém que os recebe e os ajuda, é ótimo.
Tivemos pena que o projeto “Ativa-te” tenha terminado porque não havia jovens suficientes entre os 20 e os 25, mas temos o Recriar que é muito bom.
Este projeto que acabo de referir incluía programas de formação profissional, como pastelaria, turismo, entre outros, apesar de não ter havido candidaturas suficientes, creio que para o próximo ano vamos voltar a tentar e espero que os jovens aproveitem.
Aliado ainda ao apoio aos jovens está a Associação Raiz, com quem temos uma parceria, que vem dar auxílio às nossas escolas básicas, a nível de psicologia, terapia da fala, orientação vocacional e ajuda crianças com hiperatividade. Nós disponibilizamos as salas da Junta, eles fazem a marcação e os pais trazem cá as crianças. Antes este serviço de apoio era feito nas escolas, mas não havia, por exemplo, silêncio ou concentração. Foi-nos feita esta proposta de parceria e, claro, a Junta de Freguesia está aqui para colaborar.

MH: Por tudo aquilo que já nos foi dizendo, quer sobre jovens, quer sobre idosos, o que a move dentro da política é mesmo a população, não é verdade?
IC:
Sim. Eu não me considero política, eu considero-me uma amiga de proximidade. Eu vim para a Junta mesmo com o intuito de melhorar a minha terra. Posso dizer que sou uma pessoa feliz aqui em Pedrouços e gostava que todas as pessoas que vivem cá fossem felizes e que gostassem de cá viver.
Pedrouços tem muita procura, neste momento posso até dizer que está difícil para arranjar casa. As casas que se estão a construir são a preços bastante elevados, mas a procura realmente é muita e vê-se que a construção que se faz é vendida.
Uma das coisas que ainda não falei prende-se com a questão cultural. Nos últimos dois anos nós não pudemos fazer nada, mas vamos tentar agora retomar, e é algo que tanto os nossos jovens como idosos dão muito valor. Uma das atividades é o Dia Mundial da Criança, o Carnaval que também costuma ser uma festa “em grande”, como me dizem muitas vezes. Outra atividade é a Semana das Coletividades, que costumamos fazer em julho, também já foi feita este ano e foi um sucesso, as coletividades são todas convidadas, nem todas participam, mas este ano em particular notei que havia mesmo a necessidade de uma festa e foram nove dias de muita animação.
Para os nossos seniores vamos ter agora no mês de setembro o passeio, que já era também habitual. Durante estes dois anos a Câmara Municipal organizava a “Viagem à Mesa”, mas todos me perguntavam “e para quando o passeio a sério?”, “o que nós queremos mesmo é ir passear”. Perante esta vontade, já estivemos a organizar tudo, já temos as inscrições feitas e, no dia sete de setembro, vamos levar os nossos seniores à Quinta da Malafaia, nunca foram lá com a Junta e este ano decidimos ir, até porque é um espaço grande e amplo, bastante agradável e tenho a certeza que todos vão adorar.
Mesmo não tendo, diretamente, a ver com a Junta de Freguesia, no próximo dia oito de setembro vão realizar-se as Festas em honra da Nossa Senhora da Natividade e é um momento que traz a Pedrouços milhares de pessoas, principalmente no dia da Majestosa Procissão, com 21 andores e à volta de 120 ou 130 figurantes. As festas começam dia oito e vão até dia 12.

MH: É interessante ver como, muitas vezes não há tanto de política, mas sim de humanidade…
IC:
Eu acho que muitas vezes temos de por a política de lado. Eu costumo dizer que em todos os partidos políticos há gente boa e gente má, há pessoas dentro do meu partido com as quais eu não me identifico, mas têm que me respeitar e eu igual. Às vezes nem é mesmo só o partido político, é mesmo pela pessoa em si, e eu acho que a Junta de Freguesia não pode dar uma transparência de partido político, mas ser, sim, um todo. Para as Juntas de Freguesia, os eleitores votam um bocado pela pessoa, eu falo por mim. Este é o sítio onde as pessoas depositam a sua confiança no próprio presidente de Junta e, a mim, chegaram a dizer-me “votei em si porque tinha curiosidade de ver uma mulher à frente da freguesia”, o que é gratificante e faz-me querer dar sempre o melhor.
A partir do momento em que o presidente é eleito pelo povo, acho que a política deve acabar, ou pelo menos, ficar um bocadinho de lado.

MH: E atualmente, o que é que tem causado preocupação em Pedrouços?
IC:
O que me tem causado alguma preocupação, e que já tive oportunidade de expor ao presidente da Câmara, mas que será um tema a abordar agora em setembro, é a parte da segurança.
Eu acho que o policiamento… não há polícias. Recebemos muitas reclamações, muitas ocorrências, reclamações que fazem, seja de um assalto em que a polícia não vem, ou que não tem agentes ou veículos para mandar ao local. Aqui na freguesia não se tratam de assaltos a habitações, mas sim a automóveis, por exemplo jantes e catalisadores. Pedrouços, já pela dimensão que tem, uma esquadra de polícia seria muito necessária e benéfica. Eu acredito que a esquadra de Águas Santas não consiga dar resposta às freguesias que tem a seu cargo.

MH: Esta preocupação deve-se ao facto de estar mais distante do centro do concelho?
IC:
Sim, e até os nossos moradores dizem muitas vezes, “ah a obra só é feita no centro da Maia” eu não quero que me levem a mal, mas o que é certo é que me dizem também, constantemente, coisas como “nós não devemos fazer parte da Maia, somos esquecidos”. Em resposta peço-lhes “não digam isso, que me deixam triste, nós estamos aqui para trabalhar e dar o nosso melhor, nós fazemos chegar as nossas necessidades à Câmara”.
Eu acredito que nas freguesias que são mais próximas seja mais fácil, uma vez que estão logo ali próximas à Câmara, mas aqui, a nível de policiamento e de polícia municipal, por exemplo, nós também não podemos exigir muito mais. São dez freguesias, eu compreendo.
Mas fomos esquecidos, reconheço que sim, no entanto estamos a combater esse paradigma. E a Câmara da Maia acho que não esta triste com Pedrouços, porque é uma freguesia sempre ativa e sempre participativa.

MH: Para terminar, Pedrouços para a senhora presidente é…
IC:
É a minha casa e eu gosto de ver Pedrouços como uma freguesia feliz e acho que as pessoas são felizes aqui. De futuro, só posso garantir que vou continuar a fazer com que seja uma freguesia ainda mais feliz.

Compartilhar este post