Taça de Portugal: 30 minutos à Porto eliminaram Benfica 3-0, e fizeram um Natal mais Azul

Taça de Portugal: 30 minutos à Porto eliminaram Benfica 3-0, e fizeram um Natal mais Azul

Foi dia de jogo grande entre os – talvez – maiores opositores do futebol tuga. Um clássico também na Taça de Portugal onde na última vez que se defrontaram nos oitavos, em 2001, os do Porto levaram a melhor vencendo por 4-0 após empate a um na Luz. Já depois, em 2011, o Benfica venceu 2-0 no Dragão, mas perdeu por 1-3 em sua casa. Com resultado inverso, foi a vez do Benfica superar o FC do Porto em 2014, após ter perdido no Norte por 1-0, na última vez que se defrontaram para esta prova a eliminar, uma vez que em 2020, a vitória, desta feita na final da prova, sorriu aos Dragões, por 2-1, num jogo sem a emoção que só a presença de público proporciona.

Com o resultado desta noite, passam a ser 21 vitórias das Águias contra apenas 11 do FC do Porto, num conjunto de 37 jogos na prova.

Se analisarmos a estatística da Taça de Portugal, apenas entre os dois treinadores desta noite, nestes clubes, verificamos que se defrontaram-se por três vezes, agora com vantagem (2-1) para Sérgio Conceição. Na respetiva atividade como treinadores já se defrontaram 19 vezes, com seis vitórias para Sérgio Conceição, seis empates e sete triunfos de Jorge Jesus, que assim leva vantagem, numa disputa bastante equilibrada.

Como tais predicados não faltavam motivos para haver em véspera da consoada de Natal. O público correspondeu ao comparecer em peso garantindo casa cheia em período pandémico, mesmo que obrigados a efetuar teste.

Já quanto ao jogo e aos jogadores o empenho também foi pleno, especialmente por parte dos Dragões que em apenas 31 segundos já venciam, com golo de Evanilson a aproveitar um lance em que Taremi não conseguiu rematar.

Um golo madrugador destes tem o condão de animar quem marca e efeito contrário no opositor, pelo que, perante a toada ofensiva dos Dragões ninguém no estádio estranhou novo golo aos 6 minutos, desta feita por Vitinha com um chapéu daqueles que se costuma dizer de antologia, fazendo a bola passar por cima de toda a defesa, guardião, e um desesperado Otamendi que ainda saltou ao seu encontro, mas não atingiu altura suficiente.

Era um prenúncio que poderia haver mais, mas a partir daqui o Benfica tentou equilibrar o jogo, conseguiu jogar mais no meio-campo adversário, mas sem criar grande perigo ou até oportunidades, apesar de ter tido um golo anulado a Darwin por fora de jogo de 4 cm. Pelo contrário, apesar de mais calmo, em contra-ataques o F C do Porto lançava o pânico na defesa encarnada, especialmente o irrequieto Luís Diaz.

Tanto fez que aos 30 minutos, Luís Diaz cruzou rasteiro e atrasado na direita, Taremi deixou passar para a desmarcação de Evanilson que bisou, fazendo o terceiro dos portistas, e criando um fosso enorme para o Benfica reverter, num jogo a eliminar.

O resto da primeira parte manteve o estilo, mas foi quezilenta a ponto de Evanilson ver o segundo amarelo e consequente expulsão ao atingir João Mário. Antes do descanso, Luís Diaz, mais uma vez endiabrado, ainda agarrou a bola, fugiu de todos que lhe apareceram no caminho e quando tinha tudo para fazer o quarto permitiu-se passar a Taremi que viu a bola ser intercetada antes de lhe chegar.

Na etapa complementar o Benfica apareceu mais solto, tentou pegar no jogo, foi conseguindo, em parte por mérito, mas também porque os Dragões pareciam estar em modo de gestão próprio de quem está em inferioridade numérica, mas que terminava no momento em que ficavam em posse, e partiam em contra-ataque, como aos 55 minutos, em que Zaidu cruzou para Taremi fazer o mais difícil que é acertar no poste, gorando a hipótese de ampliar o resultado.

Mas o aparente domínio pouco mais deu que dois bons remates de cabeça de Otamendi, primeiro aos 58 minutos com a bola a passar pouco acima da barra, e aos 85m em que até a introduziu na baliza, mas o lance foi anulado por fora de jogo de Pizzi, tal como aconteceu ao FC do Porto aos 94 minutos com uma deslocação de Fábio Cardoso.

Pouco depois terminou o jogo, com o Benfica afastado dos quartos de final onde se encontram Porto, Sporting, Leça, Tondela, Portimonense, Mafra, Rio Ave, e Vizela. Foi um jogo intenso, com os primeiros trinta minutos a definirem o resultado. O Benfica a não conseguir suster o folgo ofensivo dos Dragões e a perder muito cedo viu cerceadas a suas hipóteses de seguir em frente. Em véspera de consoada e bolo-rei, saiu-lhe assim a fava antecipada, enquanto o Natal dos portistas, e seus adeptos, será sem dúvida muito mais doce.

Na sala de imprensa só compareceu João de Deus, que disse ter tido dificuldade em conter o FC do Porto, que tentaram e conseguiram ganhar o corredor esquerdo, mas não conseguiram claras ocasiões de golo, “também por mérito do adversário que não nos deixou ter situação de golo. Penso que é a entrada em falso que nos fez ficar fora de jogo. Sabíamos que o Porto é forte nas bolas paradas, não uma situação em que não estivéssemos avisados, mas foi uma situação de mérito do adversário e demérito nosso. Vamos voltar na quinta-feira, e ganhar melhorando os aspetos em que não fomos fortes hoje.”

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