«O presidente de Junta tem de gostar de se relacionar com as pessoas, gostar de as ouvir, escutar»

«O presidente de Junta tem de gostar de se relacionar com as pessoas, gostar de as ouvir, escutar»

Vítor Manuel Sousa Ramalho, nasceu há 52 anos em Folgosa, mais concretamente em Santa Cristina. Trabalha desde 2000 na banca, no Banco Santander, e chegou inclusive a estar matriculado no ISCAP – Instituto Superior de Contabilidade do Porto, durante 2 anos, mas «não consegui conciliar com a minha vida profissional e acabei por nunca o frequentar».

Tendo vivido sempre nesta freguesia maiata, chegou ao Executivo da Junta, em 2005, com o cargo de secretário, mas foi em 2017 que se candidatou, pela primeira vez, a presidente.

Estando, atualmente, no segundo mandato o presidente fala ao MaiaHoje sobre o Passado, Presente e Futuro da freguesia.

No seu coração sente que «como freguesia mais na periferia parece que somos um bocado esquecidos e mais “abandonados”», mas a obra faz-se todos os dias e às vezes não chegam quatro anos «a marcar passo, a tratar das burocracias» para as executar.

Posto de Saúde, transportes, polidesportivo, educação, atração ou fixação de população jovem são alguns dos problemas que quer ver resolvidos.

MaiaHoje (MH): Sendo uma pessoa que sempre viveu em Folgosa, lembra-se certamente como é que era Folgosa lá atrás, no passado?

Vítor Ramalho (VR): Sim, tenho algumas memórias. Aqui este centro onde estamos (edifício da Junta), eram campos. Era uma freguesia essencialmente rural tal como outras, mas com uma diferença, era um bocado mais distante do centro da Maia, que chamávamos Barreiros, uma freguesia onde o investimento demorava mais a chegar, falta de equipamentos e infraestruturas, transportes … etc. No entanto, com Vieira de Carvalho a Maia sofreu um grande desenvolvimento e as freguesias também. Tenho conhecimento que em Folgosa na altura do presidente Luciano Gomes foram feitos alguns arruamentos, lembro-me que no tempo do presidente Altino Marques foi construído o edifício sede da Junta de Freguesia, foram feitos alguns arranjos urbanísticos e construídas as piscinas municipais, uma infraestrutura de excelência aqui na Freguesia. Houve ainda a reabilitação profunda no Parque Municipal de Jogos de Folgosa. Foi construído também o aeródromo de Vilar de Luz, um equipamento que a meu ver que precisa de ser dinamizado … se calhar com uma parceria de um investidor que tenha um know-how nessa área. Foi também construída na nossa freguesia habitação social. Desde 2005, com o Presidente Luís Cândido, e eu também no executivo como Secretário, foi construída a Casa Mortuária que era um anseio antigo da freguesia, antes usava-se as capelas da paróquia. Foi construído o Centro Escolar de Folgosa, foram pavimentados alguns arruamentos. Foram feitos alguns investimentos na área social, como a abertura do Centro de Convívio em Vilar de Luz.

MH: Mas, portanto, na sua época de juventude não tinha isso tudo que me está a dizer agora…

VR: Não, como disse era uma freguesia rural. Hoje está totalmente diferente, a ruralidade já convive também, a meu ver, com a urbanidade. Muitas indústrias se instalaram e outras se estão a instalar, talvez pela criação de acessos importantes que facilita a movimentação, como é o caso da A41. Temos grandes empresas na nossa freguesia, por exemplo em Santa Cristina, Rangel, Sermec, Extruplás; e em São Frutuoso o Grupo PR, está a instalar-se a Saint-Gobain.

MH: Em 2005 veio para a política… mas até esse ano alguma vez pensou ocupar algum cargo político?

VR: Não sei, penso que não, até porque não me considero político. Sempre tive envolvido nas atividades da paróquia, no coro, no Grupo de Jovens, na equipa que levava a comunhão aos doentes, cheguei a ser vice-presidente do Folgosa da Maia Futebol Clube, mas acho que na altura nunca me passou pela cabeça fazer parte da Junta de Freguesia. Mas na verdade, nessa altura, era um jovem que por vezes já era crítico na análise que fazia de algumas opções tomadas pala Junta de Freguesia. “Ah se fosse eu não fazia nada disto assim, fazia de outra forma”, mas quem me chamou para estas lides foi o anterior presidente, Luís Cândido. E agora reconheço que é muito fácil criticar quando estamos do lado de fora, quando estamos cá dentro, as coisas são totalmente diferentes.

Dou-lhe um exemplo, nós quando éramos jovens utilizávamos muito o campo de futebol, que na altura não tinha quaisquer condições, mas era o que nós fazíamos, não tínhamos aqui grandes coisas para fazer. E a freguesia foi crescendo, obviamente.

MH: Sentiu que, de alguma forma, “vestir” as funções de Secretário, foi um bom contributo para a Junta?

VR: Penso que na altura, quando fui convidado para ser secretário, a equipa era toda nova, renovação total. O líder era o Luís Cândido e foi ele que fez a equipa. Já nos conhecíamos há alguns anos … e ele, para me convidar, foi porque confiava em mim. A meu ver fez uma boa opção, que foi constituir um Executivo que representava os três principais lugares da freguesia. Julgo que só ele é que tinha experiência autárquica, na assembleia de freguesia, nós nunca tínhamos estado numa Junta de Freguesia. Mas claro que contribuímos com as nossas ideias, algumas exequíveis, outras não.

MH: E desde essa altura a social-democracia já fazia parte da sua vida?

VR: Sim, sempre fui social-democrata, se calhar também por causa dos meus pais. Sempre me identifiquei com a ideologia da social-democracia, mas é como tudo na vida, por vezes não quer dizer que me identifique com algumas pessoas … é sempre importante existir pluralismo de ideias, podermos dar o nosso contributo.

MH: E do momento de 2005 em que começa a sua experiência na política local, até ao momento em que se candidata a presidente de Junta, como é que foi até chegar a esse caminho? Passou de secretário, a candidato e agora a presidente.

VR: Vim para cá sem qualquer experiência autárquica, foi nos doze anos em que fui secretário que aprendi tudo o que sei, quer ao nível de gestão autárquica, quer ao nível de um conhecimento mais profundo de todo o território da freguesia. Aprendi também a estar muito mais disponível para as pessoas, a saber ouvir, a estar próximo da população, que é a missão dos autarcas, saber dos seus problemas para melhor dar resposta aos seus anseios.

Como é óbvio nesses doze anos nem tudo foram rosas, há momentos melhores e momentos piores, mas foram sobretudo de aprendizagens e muito gratificantes, tendo em conta o contributo dado para que os folgosenses tenham melhor qualidade de vida e bem-estar. Cada um tem a sua forma de gerir e a sua perspetiva de ver as coisas, muitas vezes discordamos uns dos outros, mas uma coisa que aprendi e digo sempre: “Ninguém é dono da razão”.

Em 2017 fui convidado pelo senhor engenheiro Silva Tiago para ser candidato a presidente da Junta de Freguesia, convite que muito me honrou, e é um privilégio poder continuar a dar o meu contributo para o progresso da freguesia onde nasci e continuo a viver. Aceitei com a condição de ser eu a fazer a equipa que me ia acompanhar. Renovei parte da equipa anterior, nomeadamente inclusão de alguns jovens, pois o compromisso era dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelos anteriores executivos, que já conhecíamos e claro que apresentamos as nossas propostas que demonstravam na nossa perspetiva as necessidades da nossa freguesia.

Atualmente, estamos na Junta de Freguesia em regime de não permanência, cada um de nós sabe o compromisso que assumiu, sabemos o que temos de trabalhar para alcançar os nossos objetivos, para isso passamos aqui muitas horas, diariamente depois das 18h00 / 18h30, depois do jantar, aos fins-de-semana, porque senão as coisas não funcionam. Quem leva por tabela é a família.

O que nós nos propusemos a fazer e que dependia apenas de nós, foi concretizado, o que estava dependente da Câmara Municipal não foi tudo feito. Até porque por via da pandemia, durante praticamente dois anos, o foco foi a área social, assegurar a segurança e saúde das pessoas.

MH: Fala-nos muito da população folgosense, o que o move dentro da política é a população?

VR: Eu acho que uma pessoa para ser presidente de Junta ou para estar num executivo, tem de gostar de se relacionar com as pessoas, gostar de as ouvir, escutar que é muito importante, e estar aberto sempre para aprender.

Nós aqui na Junta de Freguesia recebemos quase todos os dias pessoas, por isto ou por aquilo, até às vezes situações que nós não podemos nem sabemos dar resposta, encaminhamos para quem de direito e temos outras situações, que eu reparo às vezes, as pessoas só por ouvir uma palavra amiga já saem daqui felizes, porque falaram, desabafaram sobre uma situação e como nós sabemos a Junta de Freguesia é a instituição mais próxima da população.

Precisamente para apoiar a população temos a funcionar, na Junta de Freguesia, o GIP o GAIL e um gabinete de psicologia, que atende os alunos que frequentam as nossas escolas e todas as pessoas residentes na freguesia. Têm apoio psicológico gratuito, é um trabalho muito interessante e muito válido para a população.

MH: E aumentou o número de habitantes que precisam deste apoio, no decorrer destes últimos anos de pandemia?

VR: Sim, nota-se com as pessoas mais idosas, a solidão e a falta de retaguarda familiar não ajudam. Nós tínhamos o nosso Centro de Convívio a funcionar diariamente das 14h00 às 18h00, tínhamos entre 15 a 18 utentes. Com a pandemia tivemos de encerrar. Aproveitamos para fazer alguns melhoramentos, nomeadamente instalação de equipamentos bio saudáveis, e pretendemos abrir novamente lá para setembro. Já estamos a contactar os utentes. Mas mantivemos sempre o contacto semanalmente com estas pessoas que temos referenciadas, muitas delas vivem sozinhas e como já disse, sem retaguarda familiar.

Depois também por causa da vacinação, organizar o transporte para levar as pessoas quando elas não têm possibilidade de se deslocar. Não queremos que ninguém fique para trás aqui em Folgosa. Estamos atentos a todas as situações, chegámos até a oferecer cabazes nesta altura a pessoas que identificamos com necessidades.

É este trabalho de proximidade, ter o foco na população … trabalhamos para que toda a gente possa ter melhor qualidade de vida e bem-estar. É para isso que cá estamos.

MH: Que projetos é que a Freguesia tem atualmente?

VR: Isto funciona desta forma, temos situações que podemos ser nós a controlar, outras situações só com a ajuda e colaboração da Câmara Municipal. É assim que as coisas funcionam.

Por exemplo, na área social, as coisas até andam bem. Através da Câmara Municipal temos a funcionar no edifício da Junta o GIP e o GAIL, com quem colaboramos através do nosso gabinete de psicologia. Mas, também celebramos recentemente um protocolo com o Centro Qualifica FOR-MAR, que permite à população ter formação para alcançar a certificação do 9º e 12º anos. Ainda fizemos aqui na há umas semanas duas reuniões em parceria com o IEFP de divulgação do Centro Qualifica, portanto todas as coisas que dependem só de nós, nós fazemos, somos autónomos, sabemos para onde queremos caminhar.

Quanto a obras, pequenas obras, várias reparações, somos nós que fazemos. Outras obras, de maior envergadura, que necessitam de apoio financeiro, estamos sempre dependentes da colaboração e apoio via contratos-programa com a Câmara Municipal. Como é o caso da requalificação deste edifício da Junta de Freguesia, estava previsto desde o princípio do mandato anterior, mas só foi possível ser iniciado no verão passado. O atraso aconteceu porque estivemos dependentes da Câmara Municipal no que respeita a várias situações onde se inclui, como é óbvio a pandemia por Covid-19. Depois na execução da mesma, também com falta de materiais e de mão-de-obra, existiram mais atrasos, penso que durante este mês a obra ficará finalmente pronta.

Lançamos agora um concurso público no passado dia 25 de Junho, para ampliação do cemitério, que está praticamente lotado. Vamos fazer mais 100 sepulturas, criar um ossário, um columbário, um edifício de apoio, vamos dar mais dignidade ao espaço. Trata-se de um projeto que vinha também do mandato anterior.

No entanto, temos outras obras elencadas que estão articuladas com a Câmara Municipal, como por exemplo, a criação de uma creche na antiga EB1/JI que já está desativada há vários anos. Já tivemos algumas reuniões sobre esta obra com a Câmara Municipal, na nossa freguesia não temos aqui nenhuma creche, temos apenas pré-primária, e uma creche é um equipamento muito importante para apoiar os jovens que não têm onde deixar os filhos bebés. Para incentivar a natalidade é preciso oferecer meios.

Uma outra situação que também vinha do mandato anterior é a construção de um polidesportivo, junto ao Complexo Municipal de Piscinas. O projeto prevê um circuito de manutenção, ginásio ao ar livre e zona de lazer e a criação de um arruamento que ligue o parque de jogos às piscinas. Já foram realizadas também reuniões neste sentido.

MH: Mas para as coletividades ou para o uso da população?

VR: Claro que pode ser também para as coletividades, mas fundamentalmente para uso da população. Nós pretendemos que os folgosenses não tenham de sair da nossa freguesia para praticar desporto. Nem todos gostam de futebol ou de natação. Temos um magnífico parque de jogos e o clube que o utiliza desenvolve um trabalho notável. Temos ainda um magnífico complexo de piscinas que é um equipamento de excelência, para mim das melhores obras feitas até hoje na freguesia. Mas há pessoas que gostam de outros desportos, querem fazer ginástica ao ar livre, querem correr, querem jogar basquetebol, sei lá, as coisas têm de ser projetadas para servir o maior número de utilizadores e se possível da nossa freguesia.

Outra situação que também está prevista é a ampliação do jardim junto à estação elevatória. O jardim atualmente existente foi construído no mandato anterior, mas já estava elencado há vários anos. O que o senhor Presidente da Câmara nos transmitiu ainda no mandato anterior é que vão retomar os terrenos junto da estação elevatória ao Fundo de Investimento para ampliar o jardim, criando assim o Parque Urbano do Passal.

Outra situação já articulada com a Câmara Municipal é a ligação da Travessa do Vale, que fica no limite com São Pedro Fins, com a Travessa de Santo Ovídio, que fica junto à EB1/JI de Santa Cristina e talvez a requalificação de um parque infantil ali existente. É uma obra importante para a freguesia, porque, por um lado disponibiliza mais um acesso à escola e por outro permite dar vida aquele local. Poderá existir enquadramento para construção de habitação jovem.

Temos outras obras elencadas junto da Câmara Municipal, como a pavimentação da Rua Nova do Olheiro, repavimentação de vários arruamentos, construção de passeios … o espaço público está sempre a precisar de ser reparado e requalificado.

MH: Estas obras também estão projetadas para aquilo que vai ser feito no futuro?

VR: São as obras que nós elencamos como prioritárias para este mandato, eu não posso dizer se elas vão ser todas feitas ou não, nós pretendemos que sejam todas feitas, porque são obras que a freguesia necessita.

Para motivarmos as pessoas a instalarem-se em Folgosa temos que criar condições para que queiram vir para cá viver, porque hoje em dia as pessoas são muito exigentes e antes de comprarem uma casa ou um terreno para construir uma casa, vão ver o que tem na envolvência. E não estamos a falar somente de equipamentos, mas sim de transportes. Na nossa freguesia ainda continuamos a ter dificuldades para nos movimentarmos, por exemplo para o centro da Maia, para o Posto de Saúde … embora agora com a linha 50, a frequência do transporte melhorou bastante. Espero que ainda vá melhorar mais, quando entrar em funcionamento o transporte flexível ou a pedido.

MH: E uma vez que pessoas novas vêm para cá, ficam?

VR: Sim, eu acho que depois das pessoas virem para cá, ficam. Nós tentamos também promover a freguesia com a organização de diversas atividades, como por exemplo o Festival Cultural de Folgosa, que decorreu no fim-de-semana de 29, 30 e 31 de julho. Costumamos também organizar as noites de verão nos três locais mais populosos da freguesia, aqui no centro, em Santa Cristina e em Vilar de Luz. Nestes eventos participam as Instituições da Freguesia, nomeadamente associações, coletividades, comissões de festas. Promovemos neste formato a união da população. “Damos as redes a estas entidades e elas vão pescar”, isto é, com a participação nestes eventos conseguem angariar fundos para desenvolver as suas atividades, como preservação dos costumes e tradições, organização das festas, manutenção de património, etc.

MH: Posto isto, está no segundo mandato, pensa candidatar-se a um terceiro?

VR: Não consigo nem quero responder agora. O futuro o dirá.

MH: Mas assim ao de leve, e se pensássemos sobre isto, por certos projetos que tem e por tanto amor que tem à freguesia… 

VR: Estou aqui porque quero contribuir para o desenvolvimento da minha freguesia. E porque acho que eu e a minha equipa temos capacidade para acrescentar valor. É um grande esforço que fazemos, quem fica a perder é o lado pessoal, a família, ainda em julho tirei férias para estar a trabalhar na Junta.

Obviamente que a população é que manda se nós devemos cá estar ou não, ou se estamos a cumprir ou não. Como já disse é muito fácil criticar, eu já tive do outro lado, fazer é que é mais difícil e depois como sabem na gestão de uma Freguesia há muita burocracia que as pessoas não conhecem. Pensam que é estalar os dedos e está feito, mas não é assim. Às vezes andamos aqui 4 anos a marcar passo, a tratar das burocracias e só depois no próximo mandato é que se consegue fazer.

Mas independentemente de eu cá estar ou não, nós temos projetos importantes elencados para a freguesia que se eu não os conseguir executar, quem vier e se concordar, tem oportunidade de realizá-los. De certeza que se não formos nós, quem vier dará o melhor seguimento.

MH: Há alguma situação que vos preocupe particularmente?

VR: Sim, prende-se com a questão da Unidade de Saúde Familiar (USF) que irá ser instalada em Maia Leste. Foram assinados recentemente três contratos-programa, um para Milheirós, outro para Moreia e outro para a Maia, e muito bem. Acontece que temos sido questionados pela população onde vai ser instalada a que se fala para Maia Leste.

Aqui em Folgosa, a população está agregada a várias Unidades de Saúde Familiares. Os do Centro e Vilar de Luz vão, essencialmente, a São Romão do Coronado e alguns à Maia, os de Santa Cristina vão a Águas Santas, Pedrouços e alguns à Bela.

Será excelente para todos nós residentes nesta área do concelho, termos aqui uma Unidade de Saúde Familiar, para não estarmos uns em cada lado, como é o meu exemplo, eu e a minha filha vamos a Águas Santas, a minha mulher vai a São Romão do Coronado e a minha mãe a Pedrouços.

No entanto, consta-se que a USF vai ser construída na Freguesia de São Pedro Fins. Independentemente do local onde irá ser instalada queremos é que de facto seja uma realidade e sirva da melhor forma a população. Não temos nada contra as outras freguesias que vão ser servidas por esta USF, mas como já referi, estamos atentos e convictos que a melhor localização será Folgosa, na urbanização do Passal, salvo melhor opinião. Gostaríamos de ser envolvidos neste processo para dar a nossa contribuição. Para estarmos de consciência tranquila que o local escolhido foi sem dúvida alguma o melhor.

Nós, executivo já questionamos há algum tempo a Câmara Municipal sobre este processo, mas ainda não obtivemos qualquer resposta nem fomos chamados. Recentemente fui questionado na Assembleia de Freguesia e esta decidiu também questionar a Câmara Municipal … não sei se já obtiveram alguma resposta.

A Câmara Municipal deve ter outra postura, neste caso falar com todos os envolvidos, apresentando um estudo que demonstre de forma inequívoca qual o melhor local.

MH: Daí ser importante dar ouvidos á população…

VR: Exatamente, e nós como freguesia mais na periferia parece que somos um bocado esquecidos e mais “abandonados”.

MH: Acha?

VR: Acho e as pessoas notam isso. Mas existe também outra situação, é que a nossa freguesia é extensa e qualquer coisa que se faz não se nota, parece que o resto da população não sabe, até vou dar um exemplo. No outro mandato foi feita obra muito importante aqui na freguesia de Folgosa, nomeadamente, em Vilar de Luz, que foi a instalação da rede de água e águas residuais em vários arruamentos que não possuíam, foi uma obra até de um valor considerável, mas muitas pessoas aqui na freguesia nem têm conhecimento.

No entanto estamos sempre a transmitir à população que nós estamos aqui e atentos, agora sempre dentro das nossas limitações porque quando estamos dependentes de terceiros, ou nos ajudam, ou não conseguimos levar a nossa avante, é um bocado assim. É uma mensagem que eu quero transmitir à população embora eu ache que na generalidade as pessoas sabem disso, nós estamos aqui sempre a tentar fazer o melhor para a Freguesia que é proporcionar uma melhor qualidade de vida e bem-estar.

MH: Houve agora recentemente reuniões com o presidente Silva Tiago, não é verdade?

VR: Exatamente, tivemos reuniões com o senhor presidente da Câmara Municipal, no sentido de se construir na nossa freguesia habitação jovem com renda acessível … é uma mais-valia para os jovens em início de vida, não terem de sair da nossa freguesia para arranjar habitação mais em conta, que possam suportar. É muito importante a habitação jovem em início de vida, ajudarmos os jovens a instalarem-se, dar aquele empurrãozinho que necessitam.

A par da habitação, como já falamos, é muito importante a construção de uma creche para apoio aos jovens, para sentirem que têm os equipamentos necessários para manterem-se na freguesia.

Numa reunião, o senhor presidente da Câmara referiu que em Folgosa podíamos ir até 20 habitações de renda acessível e na parte da habitação social podemos ir até 8 habitações, que foi o que eles identificaram de necessidades aqui na freguesia de Folgosa.

MH: Antes mesmo de terminar, e só responde se quiser, tem um irmão que também está ligado à vida política, e que de resto é vereador na Câmara Municipal e deputado à Assembleia da República, Paulo Ramalho. Isto da política é coisa de família? Ou acabam por se divergir e ir por caminhos diferentes?

VR: Penso que não, mas por acaso, lembro-me que o meu pai sempre foi uma pessoa que se interessava pela política e gostava de andar informado. O meu irmão devido à sua formação em Direito, sempre gostou e teve queda para a política, se calhar já vem do tempo da faculdade, pois pertenceu também à JSD e sempre foi muito interessado pela política.

Como já disse não me considero político, mas sim uma pessoa que se interessa pela sua freguesia, por poder colaborar para o seu desenvolvimento.

MH: Mesmo para terminar, Folgosa para o senhor presidente, é….

VR: É a melhor Freguesia do concelho da Maia

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