Maia| “Recicle mais, pague menos”

Maia| “Recicle mais, pague menos”

“Recicle mais, pague menos” é o mote da iniciativa do município da Maia que tem como objetivo tornar mais justa a tarifa paga por cada maiato, pela gestão dos seus resíduos.

A Maiambiente apresentou hoje, em conferência de imprensa, o novo modelo de faturação “Pay As You Throw” (PAYT). Presentes nesta conferência de imprensa estiveram António Silva Tiago, presidente da autarquia; Carlos Mendes, diretor geral da Maiambiente; Paulo Ramalho e Marta Peneda, vereadores da Câmara Municipal; Pedro Sousa, presidente da Quercus; André Regueiro, Coordenador da DECO Regiões, Fernando Leite, administrador da Lipor, entre outras individualidades.

O projeto pioneiro que surge de uma parceria entre a Câmara Municipal da Maia e a Maiambiente e que conta com o apoio da Lipor e sociedade pontoverde, é uma forma de incentivar os maiatos a separar os materiais destinados à reciclagem. Para António Silva Tiago, este é «um sistema justo e equilibrado» e considerado um «passo histórico rumo à sustentabilidade ambiental».

Nesta nova fatura, o cálculo da Tarifa do Serviço de Gestão de Resíduos Urbanos é indexado à produção de resíduos, e não ao consumo de água. Desta forma, a tarifa de gestão de resíduos passa a corresponder a um valor que varia de acordo com o número de vezes que o seu contentor de resíduos indiferenciados for recolhido. Logo, quanto mais reciclar, menos paga. Para que seja feito o cálculo, cada contentor tem um identificador eletrónico com a informação relativa à habitação a que pertencem, pelo que são facilmente reconhecidos. As recolhas ficam registadas automaticamente.

Antes de adotar este modelo, foi realizado um teste em várias freguesias do concelho, em que os resultados foram revelados na conferência. Agora será convertido em faturação real e estendido a todo o território concelhio. Carlos Mendes, diretor geral da Maiambiente, faz um balanço positivo referente à experiência, «onde constatamos mudanças de comportamento. O número de contentores que recolhemos é inferior ao que era antes e isso permite os ganhos ao nível da otimização dos serviços de recolha». No entanto, acrescenta que «por outro lado, a quantidade de resíduos reciclados recolhidos cresceu. Por agora o indicador diz-nos que foi cerca de 2,5 %».

André Regueiro fez uso da palavra e apresentou a sua visão de consumidor, dizendo que este «vai sentir-se mais envolvido e vai seguramente pôr em boa prática este projeto, levando a que outros consumidores se queiram juntar». Já Pedro Sousa referiu que «este sistema reduz a produção de resíduos indiferenciados, evitando a sua deposição em aterro promovendo assim uma maior circularidade e a sustentabilidade ambiental. É fundamental que mais municípios sigam o exemplo da Maia».

Paulo Ramalho explicou as vantagens deste sistema que «permite a redução da produção de resíduos, o que contribui para o ambiente e para uma diminuição da pegada ecológica e fomentar uma economia mais circular», acrescentando que «não queremos ser pioneiros e inovadores, queremos é acrescentar valor à comunidade e à Câmara Municipal».

No final da conferência, Paulo Ramalho revelou que alguns países europeus e até asiáticos já estão a observar o que está a ser feito na Maia, tornando-nos uma referência. A Malásia é um caso concreto, onde há um governo de uma província interessado em conhecer a Maiambiente, em conhecer os projetos e o nosso sistema de recolha porta a porta».

Este novo modelo de faturação arrancará entre final de fevereiro e início de março, como refere Helena Lopes, assessora da Maiambiente.

Compartilhar este post