Maia| Alunos desenvolveram projeto que controla a quantidade de água usada num banho

Maia| Alunos desenvolveram projeto que controla a quantidade de água usada num banho

O projeto, desenvolvido pelos alunos do 12º ano da Escola Secundária da Maia, Carolina Mendes, Filipa Carvalho, Guilherme Amaral e Rafael Pereira, foi um dos finalistas do Encontro Regional e recebeu o Prémio Tecnológico, atribuído pela representante da Microsoft, Sandra Martinho.

Na passada quinta-feira, 25 de novembro, realizou-se na Escola Secundária da Maia, a entrega de prémios aos quatro alunos vencedores, que submeteram um trabalho à sétima edição do “Apps for Good”.

O desafio foi lançado pela professora de físico-química, Isabel Allen, que pediu aos alunos para desenvolverem um projeto que fosse ao encontro de dar resposta a um dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, emanados pelas Nações Unidas. Segundo a professora « o que nós queremos é inovar o conceito do ensino, ou seja, que os alunos não tenham apenas de estar a realizar testes. Há outras competências que queremos que eles desenvolvam, nomeadamente, a autonomia, o trabalhar em grupo, o saber apresentar os trabalhos que fazem numa conferência internacional e terem contacto com o ensino superior também».

Neste caso, os alunos pensaram no sexto objetivo do Desenvolvimento Sustentável, que é a água e começaram a trabalhar nisso. Segundo a aluna, Filipa Carvalho, o grupo tinha de «decidir que projeto iria desenvolver durante o ano. Reunimo-nos várias vezes para começar a discutir ideias. Pensámos na água que sabemos que é um bem escasso e que cada vez temos de ter mais cuidados com os nossos consumos. Pensamos como é os poderíamos controlar».

Após decidirem no que queriam trabalhar, os alunos criaram o protótipo, juntamente com o professor, Carlos Beleza, que tratou mais da parte da programação. «Durante as aulas íamos para o pavilhão, com o professor. Usámos materiais cá da escola e fomos fazendo» refere ainda a aluna. Rafael Pereira explica ao MaiaHoje que este projeto consiste em «controlar os níveis de água dos banhos através de um sensor de caudal e de uma electroválvula». Para complementar, o grupo criou uma aplicação, intitulada de “AquaSaverApp”, «que através de um Bluetooth conseguia conectar os dados um dos outros e através de um telemóvel que nos permitia conseguir definir um limite máximo de água que queríamos gastar durante um ano. Portanto, a aplicação programa um alarme que é emitido quando é ultrapassada a quantidade de água e o tempo considerado necessário para um banho. A aplicação usa sensores de caudal, localizados na canalização doméstica e o microcontrolador Arduino» explica o aluno.

Submeteram o trabalho ao Politécnico de Leiria, onde foi aceite. Posteriormente foram apresenta-lo a esta instituição. Carolina Mendes revela ao nosso jornal que foi a primeira vez que apresentaram o projeto. Para além disto, os alunos estiveram presentes na Conferência “ESA Teach with Space”, onde apresentaram para professores do ensino primário, básico e secundário que residam ou trabalhem em qualquer dos Estados Membros da ESA, bem como do Canadá, Eslovénia, Letónia e Malta. «A maior dificuldade foi falar em inglês, pois causa mais nervosismo, no entanto, como fomos nós a desenvolver o projeto, temos todo o conhecimento sobre ele e deixa-nos sempre mais à vontade» conta-nos Filipa Carvalho e acrescenta «O trabalho foi, então, submetido à 7º edição do “Apps for Good”. Este é um programa educativo tecnológico que desafia alunos e professores a desenvolverem aplicações para smartphones ou tablets». Guilherme Amaral, por sua vez, conta-nos mais sobre este desafio, referindo que «concorreram, na primeira fase, cerca de 90 equipas, mas apenas nove é que se qualificaram». Já na fase final estes quatro alunos da Escola Secundária da Maia, venceram o Prémio Tecnológico, atribuído pela representante da Microsoft, Sandra Martinho.

O MaiaHoje quis acompanhar a entrega dos prémios e foi Rui Duarte, Diretor do Agrupamento de Escolas da Maia, que teve a honra de oferecer aos laureados, os vários prémios que a Microsoft enviou. O Diretor não deixou de demonstrar o orgulho que sentiu nos seus alunos, afirmando que «perseguimos sempre estes objetivos, este movimento de projetos nas turmas. Os atuais alunos mostram um interesse e partilha muito grande em várias áreas do saber. Estou muito satisfeito e já tive oportunidade de lhes dar os parabéns». Quando perguntado sobre o futuro deste projeto, Rui Duarte, afirma que «pode-se aproveitar isto do ponto de vista industrial. Já foi colocado o desafio à autarquia para tentar arranjar parceiros industriais que pegassem no projeto. Isto pode servir de exemplo para outros colegas, sabendo da dinâmica da escola, ficarem cada vez mais motivados para fazerem coisas deste género e pequenos trabalhos de investigação».

Os alunos, agora estudantes universitários de Marketing, Economia e Engenharia de Sistemas, pretendem elaborar e melhorar este projeto, «de modo a conseguir não só controlar a água, mas também os custos do mês» referindo necessitarem de mais tempo para o desenvolver.

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