Inglês é falado com mais frequência na Escola Secundária da Maia

Inglês é falado com mais frequência na Escola Secundária da Maia

O projeto CLIL permitiu «melhorar o nível de inglês e adquirir melhores capacidades linguísticas». Vários alunos falaram sobre a sua experiência e quais as vantagens de falar inglês nas diversas disciplinas.

Tudo começou no ano de 2019, quando a Escola Secundária da Maia se candidatou ao Projeto Ensino Bilingue, originalmente designado de “Bilingual Schools Project”, que resulta de uma colaboração entre o Ministério da Educação e Ciência, através da Direção Geral da Educação e o British Council Portugal. Esta parceria tem como objetivo criar um enquadramento nacional específico para a oferta de aprendizagem e de “Content and Language Integrated Learning” (CLIL – aprendizagem integrada de conteúdos e língua) no sistema educativo português.

No ano letivo 2019/2020, a Escola Secundária da Maia começou a adotar a metodologia CLIL, associando a aprendizagem de inglês, físico-química e ciências naturais. A matéria destas disciplinas é lecionada em inglês, o que «é um desafio enorme, quer para os professores, quer para os alunos porque vêm-se confrontados com conteúdos dados em português, mas são, neste caso, lecionados em língua inglesa» refere Isaura Magalhães, professora de inglês e coordenadora do projeto CLIL.

Tudo isto é um trabalho colaborativo entre as três professoras, das três disciplinas que envolvem este programa. Luísa Santos, professora de ciências naturais, está há dois anos neste projeto e revela que «inicialmente foi difícil porque já não falava inglês há muito tempo». Para lecionar a matéria, os professores necessitam de uma estratégia e do apoio da professora de inglês, uma vez que há termos e temas específicos de cada disciplina.

Para que isto funcione adequadamente, Isabel Allen, professora de físico-química refere que «no início do ano, na nossa planificação, tentamos encontrar pontos comuns de assuntos que possam ser abordados nas três disciplinas e, aqueles assuntos mais difíceis, tento dar em português».

Rui Duarte, diretor do Agrupamento de Escolas da Maia, encontra-se «imensamente satisfeito com este grupo de trabalho e com esta aposta que fiz há três anos». Já «há muito tempo» que o diretor pensava em aderir ao CLIL, mas não havia surgido a oportunidade e «não tinha encontrado as pessoas certas», no entanto a candidatura foi aceite e já «estamos a pensar alargar a outras disciplinas para enriquecer este projeto (…) e incluir mais alunos».

Está estabelecido, no programa, que a percentagem mínima da matéria lecionada em inglês deve ocupar cerca de 33% de aula, no entanto os professores tentam usar a língua estrangeira durante toda a aula. Os docentes envolvidos neste projeto consideram que «isto é um desafio que está ligado a uma inovação pedagógica, a um trabalho colaborativo, um envolvimento dos alunos».

A equipa do Maia Hoje foi até a uma sala para ouvir as opiniões e experiências dos alunos do nono ano. Inês Machado, aluna da turma CLIL, diz-nos que estas aulas «permitem-nos melhorar o nosso nível de inglês; permite-nos adquirir melhores capacidades linguísticas; abre-nos portas; deu-nos acesso a duas mobilidades ERASMUS e muitas outras virtuais».

Já Regina, aluna da mesma turma, não era fã da língua inglesa, mas encarou este projeto como «um novo desafio para mim e para uma forma de me conhecer ainda melhor e de pensar de forma diferente sobre a vida» acrescentando que «no sétimo ano, era uma péssima aluna a inglês, mas, hoje em dia, melhorei imenso e acho que este projeto só me traz benefícios para o futuro».

A aluna Luz Marinho fala-nos, também, do «desenvolvimento dos conhecimentos tecnológicos», onde ficou a conhecer novas aplicações para a realização de vídeos interativos sobre os projetos que estão a desenvolver. A aluna dá o exemplo de uma das aulas, onde «tivemos de procurar microplásticos na praia de Matosinhos e nas aulas de laboratório tivemos a pesquisar, a investigar e tiramos muitas fotos».

No geral, os alunos encontram-se satisfeitos com o projeto CLIL e apesar de, no passado, terem considerado difícil, hoje reconhecem as vantagens que poderá trazer futuramente.

Com a introdução da língua inglesa nas disciplinas de ciências naturais e físico química, os alunos tiveram a oportunidade de desenvolver novos projetos e mais facilidade em comunicar com alunos estrangeiros do programa ERASMUS.

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