Gueifães: Manifestação contra o encerramento de balcão da CGD

Gueifães: Manifestação contra o encerramento de balcão da CGD

Entre as agências que estão previstas encerrar estão quatro da região do Grande Porto: Gueifães, na Maia, e Amial, São João e Lordelo do Ouro, na cidade do Porto. A confirmar-se esta intenção, só na cidade do Porto, representa uma diminuição de 37 para 18 agências em 10 anos.

A manhã desta segunda-feira ficou marcada pela manifestação organizada pelo Partido Comunista Português (PCP) contra o encerramento da Agência da Caixa Geral de Depósitos em Gueifães. No local, dezenas de pessoas estiveram presentes.

Esta manifestação surge depois de serem públicos os lucros de 486 milhões de euros da CGD. Em causa está, igualmente, o encerramento de mais 23 balcões em Portugal continental, num processo que levou já ao encerramento de mais de 300 Agências e redução de 3300 trabalhadores nos últimos 10 anos, contribuindo para as dificuldades de resposta de muitos balcões, mas também para a transferência para a banca privada de clientes e negócios.

Também presentes em Gueifães estiveram Carla Ribeiro, deputada à Assembleia Municipal pela Coligação Democrática Unitária (CDU), Alfredo Maia, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal da Maia, em 2021, e Olga Freire, presidente da Junta de Freguesia da Cidade da Maia.

Para Carla Ribeiro «é fundamental que a população se junte ao PCP para não permitir que a Caixa Geral de Depósitos encerre mais balcões para além dos que já encerrou. Além disso é ainda fundamental pedir a reabertura das Agências que estão mais próximas da população».

«Estamos perante uma população envelhecida, sem conhecimentos e até sem acesso aos meios informáticos para poder resolver algumas questões mais básicas e, obviamente, que precisam de recorrer ao atendimento presencial e sem horas de espera, como de resto acontece na Agência central da Maia», acrescenta a deputada municipal.

Foto: Jornal da Maia

Já Olga Freire «apesar de não pertencer ao PCP», começa por dizer que é «importante que a população mostre o seu descontentamento, até porque tem razão. Não é concebível que tenha fechado o Millenium, o BPI e agora feche a CGD num centro cívico como Gueifães, que tem bastante população, e que não deixem forma de as pessoas acederem às suas contas, ainda para mais, e como diz o PCP, e com razão, tratando-se de um banco público».

«Se a Caixa Geral de Depósitos entende fechar esta Agência, acho que não temos que entrar nesta parte mais privada de gestão do banco, ainda que não concordemos, agora na disponibilização ao público e à nossa população do acesso às suas reformas, claro que tem de ter. Pior do que isso é que quando vamos junto dos bancos para colocar um multibanco, por exemplo no terreiro de Gueifães, as instituições bancárias estão a pedir valores que não fazem sentido nenhum e, portanto, é o motivo pela qual eu estou aqui em solidariedade para com a população», termina a presidente de Junta.

Maria Adelaide Marinho e Luísa Ferreira, simpatizantes do PCP e presentes na manifestação, são ambas da opinião de que «não devia ser encerrada esta Agência. A população desta zona já é idosa e tem dificuldades em deslocar-se até mais longe para, por exemplo, levantamento de reformas e alguns pagamentos».

O Jornal da Maia tentou chegar à fala com o gerente da Agência da CGD em Gueifães, mas não obteve qualquer declaração.

O PCP irá ainda chamar o Ministro das Finanças à Assembleia da República para questionar as orientações do Governo para a Caixa Geral de Depósitos.

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