«Candidatámo-nos a um prémio nacional e fomos premiados na “qualidade de vida para a terceira idade”»

«Candidatámo-nos a um prémio nacional e fomos premiados na “qualidade de vida para a terceira idade”»

Raquel Azevedo Freitas é a atual presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro Fins e conta agora com 39 anos. Viveu e cresceu em Arcos até aos seus 12 anos, altura em que se mudou para Linhares com os seus pais. Durante oito anos assumiu a função de Diretora Técnica do Centro de Dia de S. Pedro Fins, é responsável pelo Grupo “JuntAmigo” e é membro fundador do Grupo Folclórico Infanto-Juvenil de S. Pedro Fins.

Estando atualmente no primeiro mandato, Raquel Freitas começou cedo a vida política. Agora, como presidente, pretende servir todas as faixas etárias da comunidade, criando várias atividades para os Saopedrofinenses. A grande luta é a construção de uma Unidade de Saúde Familiar para que os habitantes não tenham de ir a outro concelho.

Numa freguesia que considera estar numa «localização geográfica de referência» a presidente fala, assim, ao MaiaHoje sobre o Passado, o Presente e o Futuro de S. Pedro Fins.

MaiaHoje (MH): Uma vez que cresceu e viveu sempre em S. Pedro Fins, lembra-se de como era a freguesia há uns anos atrás?

Raquel Azevedo Freitas (RAF): Sim, S. Pedro Fins é uma freguesia que tem características privilegiadas porque reúne características rurais, ao mesmo tempo que está numa localização geográfica de referência. Estamos perto das grandes metrópoles e, portanto, há características que nós não queremos, de todo, alterar. Orgulhámo-nos muito dessas características da freguesia. Agora, S. Pedro Fins tem evoluído, tem feito uma caminhada. Os respetivos presidentes de Junta, até então, o Dr. Marques Gonçalves ou o Sr. Alvarinho Sampaio foram pessoas que fizeram muito por esta terra. Houve uma série de infraestruturas que foram criadas e que são elas que hoje nos permitem dar resposta à população. Há, no entanto, ainda muito por fazer.

(MH): Estando agora no primeiro mandato, como é que surgiu o convite para assumir a presidência da freguesia?

RAF: Foi um convite feito pelo nosso presidente da Câmara Municipal e da sua equipa, da comissão política da altura. A minha resposta imediata foi aquela que diria se fosse hoje, é que S. Pedro Fins é a minha freguesia, irei sempre trabalhar para ela de qualquer forma. E quem quer trabalhar para a freguesia trabalha, não precisa de fazer parte da lista, não precisa de estar em terceiro, não precisa de estar em primeiro. Quem quer fazer, faz. De imediato me disponibilizei, no sentido de contarem comigo para o que fosse necessário. S. Pedro Fins, para além de te sido a freguesia onde cresci, foi a freguesia onde trabalhei oito anos, o que me permitiu conhecer a fundo os problemas que nós temos, as necessidades, os sonhos e a força desta população.

(MH): Quais foram os cargos que assumiu, relacionados com a política?

RAF: Desde os meus 14 anos que sou elemento da JSD e cheguei a ser secretária do núcleo Maia Leste, atualmente designado Maia Nascente. Eu era membro da Assembleia de Freguesia quando iniciei funções na Junta de Freguesia e no Centro de Dia, facto que me levou a renunciar o meu papel como elemento da Assembleia de Freguesia. No mandato anterior já era deputada da Assembleia Municipal. O Dr. Marques Gonçalves foi o culpado e lá iniciei a minha caminhada.

MH: Até agora está a correr tudo bem?

RAF: Sim, vamos fazer um ano de mandato no dia 13 de outubro. Eu estou muito bem acompanhada pelos meus colegas do executivo e tenho uma lista inteira que vai sempre acompanhando todas as atividades. São todos ativos, são de áreas profissionais completamente distintas e por isso olham para os problemas com lentes diferentes, o que faz de nós uma equipa interdisciplinar e onde todos contribuem. Aquilo que eu costumo dizer, informalmente, é “Deus nos dê saúde para nós continuarmos este ritmo”. Todos os dias deitarmo-nos com a noção de que hoje fizemos mais alguma coisa que ontem e que estamos na caminhada para os nossos objetivos. Sabemos onde estamos, sabemos o que queremos e temos metas exequíveis para atingir.

MH: No fundo, veio para a Junta de Freguesia para servir e ajudar a população?

RAF: O “servir” é mesmo a nossa grande missão. Eu disse, na minha tomada de posse, que o meu partido era a minha freguesia e é mesmo. Eu trabalhei aqui, efetivamente, oito anos a servir, entretanto, profissionalmente, fui para outro projeto e passado um ano e meio depois de ter saído, surgiu então o convite. Eu sempre estive ligada, independentemente da questão profissional, às atividades da freguesia, inclusivamente ao grupo “JuntAmigo” que é um grupo sénior ativo que nós temos, com cerca de 35 seniores. “Servir” é mesmo a palavra base e nós estamos aqui para isso.

MH: Já que estamos a falar de atividades… que outras atividades se realizam aqui na Junta de Freguesia?

RAF: Há uma panóplia de atividades aqui na Junta. Uma das nossas preocupações, neste mandato foi conseguir fazer atividades e dar respostas a todas as faixas populacionais. Há um caminho que muito nos orgulha na atividade sénior. Nós temos um programa que se chama “Um bebé, uma árvore à vida” em que, cada vez que nasce um bebé de uma família da freguesia, nós temos um primeiro momento onde recebemos a família e damos um cabaz de produtos úteis. O último bebé que esteve na junta tinha 22 dias apenas e, portanto, aos 22 dias já conheceu a sua junta de freguesia porque isto é uma casa da freguesia, da cidadania, da democracia para ser utilizada. Requalificamos um jardim de uma propriedade, que era a antiga sede de Arcos e fizemos lá a plantação das árvores. Cada família plantou uma árvore, o que permite veicular à sua freguesia. Eles agora têm a responsabilidade de acompanhar o seu crescimento e daqui por um ano vamos novamente ao local, reunir com este primeiro grupo e esperemos plantar mais árvores dos que vão nascer. Entretanto vão receber o diploma do cidadão amigo do ambiente porque já há um ano que a família está a cuidar e que está a parar naquele parque. Foi muito engraçado porque eles são mesmo bebés e é bom perceber a evolução deles. Vamos fazer isto até eles entrarem na pré porque eles vão andar juntos, são do mesmo ano de nascimento. Desde o recém-nascido até ao sénior todos têm de ter resposta. Nós temos também muitas atividades para as crianças e o papel da junta é facilitar, promover, estimular que os grupos e as associações desenvolvam essas atividades. Temos o Grupo Folclore Infanto-Juvenil S. Pedro Fins; a Associação Desportiva e Recreativa, que desenvolve a sua prática desportiva e que é a associação mais antiga da freguesia, fez 60 anos há pouco tempo e os escuteiros, agrupamento 525, que é dos mais dinâmicos. Ultimamente, temos investido muito para a população ativa, nomeadamente as unidades de formação de curta duração em primeiros socorros, higiene e saúde no trabalho em situações pandémicas; fizemos agora um protocolo com a Psiporto para conseguir ter na junta de freguesia os processos da RVCC Pro (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais) para os cuidadores informais, ou seja, quem foi cuidador pode agora mostrar, reconhecer as suas competências. No fim vai a júri, são diagnosticadas as necessidades formativas e é-lhe reconhecido aqui esse percurso formativo. Tem níveis e pode fazer também a certificação escolar. A questão escolar é uma das nossas preocupações. A Maia é um município que está, efetivamente, muito desenvolvido e S. Pedro Fins tem que acompanhar esta evolução.

MH: A taxa de natalidade, a nível nacional está muito baixa, no entanto, a presidente falou que há apoios à juventude e aos pais para virem para S. Pedro Fins. Como está aqui na freguesia, a taxa de natalidade?

RAF: A taxa de natalidade acompanha a tendência do concelho e a nacional. A verdade é que S. Pedro Fins tem tido muita procura de jovens famílias para se alojarem aqui, porque S. Pedro Fins permite ter qualidade de vida, serenidade e boas acessibilidades, estamos perto de autoestradas, perto do centro da Maia. Tudo isto faz com que seja uma área interessante para se residir e há muita procura. Nós temos acolhido novas famílias e isso também faz com que se trabalhe no sentido de inverter, mas é claro que não é o programa “Um bebé, uma árvore à vida” que vai fomentar o desenvolvimento da taxa de natalidade. Reconhecermos que a felicidade destas famílias é a nossa felicidade, é este o caminho. Temos que trabalhar em conjunto com a Câmara Municipal e há um esforço neste sentido, de criar as condições para a construção de moradias bi-familiares. S. Pedro Fins não quer ter arranha céus, isso desproporcionaliza a nossa freguesia, mas queríamos atrair mais jovens porque havendo oportunidade … nós temos tido muita procura. Os pais partilham connosco o momento do parto, isto é, de tal intimidade que também nos faz sentir próximos. Temos que potenciar e transformar os recursos que dispomos e as características que temos em oportunidade. Esta sessão reuniu três gerações porque tínhamos os bebés, os pais e os avós e foi excecional ver a relação entre eles. Em relação aos seniores temos muitas atividades como o “JuntAmigo” que se reúne uma vez por semana, até gravaram um CD com músicas da freguesia, escritas por eles; temos o Centro de Dia da Junta de Freguesia de S. Pedro Fins, que é uma resposta singular, aliás poucas são as juntas de freguesia que têm o privilegio de ter esta resposta, com autonomia e que têm oito valências, têm desde o Centro de Dia, a serviço de apoio domiciliário; serviço de acompanhamento a consulta; serviço de refeições, transporte; serviço de tratamento de roupa e tem ainda o gabinete de enfermagem. Portanto, a Junta de Freguesia tem, sob sua tutela, um gabinete de enfermagem devidamente credenciado pela entidade reguladora da saúde, em que além de acompanhar os utentes que estão semi-institucionalizados em centro de dia fazem também colheita de espécimes para análises a toda a população e têm todos os acordos e convenções, desde ADSE a todas as outras e é, portanto, uma fora de estarmos mais próximos e servirmos aqui a população. O nosso grande objetivo é trabalharmos para todas as nossas gerações e penso que estamos no caminho certo.

MH: As Juntas de Freguesia fazem a ponte entre os fregueses e a Câmara Municipal. É fácil fazer essa ponte?

RFA: Nem sempre é fácil, mas o nosso emprenho é certo e o da Câmara Municipal também tem sido, não tenho razão de queixa nesse âmbito. Quando nos candidatamos, utilizamos várias vezes, uma frase que era “Nós queremos ser a voz da população” e muitas vezes o que as pessoas precisam é de alguma orientação. Nós não conseguimos dar resposta a tudo, mas quando não conseguimos, porque não é da nossa competência, não é do nosso âmbito, perguntamos na Câmara Municipal, orientam-nos e se nós não conseguirmos responder acompanhamos essa pessoa para a resolução da situação. Há uma coisa que é importante referir, há obras que são visíveis, mas há muito trabalho que tem de ser feito em silêncio para garantir a confidencialidade, que muito nos orgulha também. Apesar de ser silencioso é aquilo que nos permite chegar a casa e estar satisfeitos porque sabemos que mudamos a vida de alguém. A junta não pode ser um palacete fechado e circunscrito a dois ou três serviços. Nós por vezes identificamos os problemas e as necessidades, mas também apresentamos as soluções. Muitas vezes utilizamos os nossos meios, dentro das nossas possibilidades, mas também apresentamos muitas vezes as soluções, quando já é um problema de outro âmbito.

MH: Têm que depender muitas vezes da ajuda da Câmara Municipal …

RAF: A Câmara tem sido, sem dúvida, próxima. Nos não contactamos a Câmara Municipal em horário de expediente, é maioritariamente fora dele porque nós estamos aqui ao final do dia que é quando recebemos as pessoas. É no imediato que nós contactamos os diferentes elementos do executivo camarário, desde o presidente a chefes de divisão. Se a resposta não for imediata, reencaminham e sabemos que as coisas estão entregues e a resolver-se e acalmamos a pessoa. O nosso papel é sermos facilitadores, é sermos as vozes deles para as necessidades que eles têm e para os constrangimentos.

MH: A nível de obras e infraestruturas, o que é que está, neste momento, em processo?

RAF: Tivemos recentemente a inauguração da Praça Lúdica. É uma obra muito recente e que visava dar resposta à população infanto-juvenil, mas ao mesmo tempo trabalha aqui para todas as gerações. Chama-se Praça Lúdica porque na zona interior temos tudo o que são os equipamentos de divertimento lúdicos, das crianças; depois temos uma praça onde os seniores podem lá ir, têm equipamentos de manutenção desportiva para adultos, podem sentar-se e ler, pode haver treinos de karaté, podem haver um ensaio de folclore, os escuteiros podem lá reunir-se. Esta foi a primeira obra à qual a gente se comprometeu e cumprimos. Isto é uma referência em termos de obra porque é um conceito diferente dos restantes e é também alvo de caso de estudo. Candidatar-nos-emos ao reconhecimento de alguns prémios, nomeadamente na gestão do espaço público.

Vamos ter em outubro, se tudo correr bem, a inauguração da requalificação, para parque de lazer, da Represa do Ribeiro. Era uma zona que reunia ali algum lixo, estava muito desorganizado e não era funcional. Neste momento, temos ali um parque com um início de passadiço e o nosso objetivo não é que termine ali, é que venha a ter continuidade com espaços verdes, com uma mesa onde as pessoas se possam reunir, onde poderemos fazer uma noite de fados ao ar livre e sobretudo, que se consiga dar qualidade. O nosso documento orientador é o nosso programa eleitoral e todos os dias vamos mexendo e sublinhando.

Em termos de pequenas obras e intervenções, há aqui algumas coisas a fazer como a colocação de lombas redutoras de velocidade em determinadas ruas e avenidas. Temos também preocupação em requalificar tudo o que são fontanários e lavadouros porque isto tem muita história e embora hoje não seja utilizado tem aqui um peso cultural muito grande.

Há também algum investimento e preocupação no âmbito da modernização administrativa aqui da freguesia e nós restauramos o nosso website para se poder mostrar tudo aquilo que nós fazemos, possibilitar aqui outras estratégias de comunicação, mas trabalhamos também com base no boletim informativo.

Requalificamos também o Jardim da sede de Arcos que é um sítio que estava a precisar de intervenção. Precisamos também de fazer uma intervenção no Monte São Miguel-o-Anjo que é, de facto, o ponto mais alto do concelho e eu dizia que nós temos a janela mais perto das estrelas. Merece ser acarinhado e potenciado, mas não mexer muito.

Em termos de grandes obras há aqui uma série delas que nós vamos acompanhando e queremos desenvolver, entre as quais a requalificação da Casa dos Caseiros, que é um dos edifícios da Casa do Bispo porque foi lá que nasceu o Bispo D. José Alves Correia da Silva e foi determinante para o desenvolvimento de Leiria – Fátima e há já um projeto desenvolvido para que funcione como sede dos escuteiros, casa da juventude onde possa lá haver reuniões, desenvolvimento de atividades.

A nossa grande luta é a Unidade de Saúde Familiar. É uma necessidade porque toda a nossa população tem de sair do concelho para ir ao médico de família. No caso de S. Pedro Fins, são maioritariamente atendidos pelo Centro de Saúde Emílio Peres, que pertence a Valongo. Esta situação faz-nos achar que estamos um bocadinho longe da população porque temos de ter resposta imediata. Nós tivemos aqui na junta, um centro de testes onde fizemos mais de 6 000 testes e era muito bom ouvir as pessoas a dizer “temos um sítio, não precisamos de ir para longe, nem para o centro do concelho”. Nós temos de responder, não só às pessoas de S. Pedro Fins, mas também à população de Maia nascente. Isto é um sonho com mais de 16 anos e tem uma longa história.

Nós queremos fazer uma requalificação urgente da Avenida de S. Fins, uma vez que as árvores estão a levantar os passeios. Há um projeto a ser desenvolvido para pensarmos nesta gestão da avenida e como é que podemos reestruturar os passeios, ao menos tempo que promovemos os lugares de estacionamento.

Isto é tudo pensado para um mandato e sendo obras desta envergadura, desta complexidade nós temos que começar a trabalhar já, isto não são obras de futuro, são obras que irão ser concretizadas no futuro, mas já sonhos do passado e do presente. Quero terminar este mandato, olhar para este programa eleitoral, que é a nossa linha orientadora, e dizer que daquilo que me comprometi e que as pessoas confiaram, o que é que eu realmente consegui. E se não conseguimos alguma coisa, é porque foi impossível.

MH: Tudo isto, precisa da parte financeira, quer seja do Governo, quer seja da Câmara…    

RAF: Sem dúvida. Em termos da parte financeira, nós já percebemos que sendo uma necessidade, sendo uma obra pertinente não se olha a meios e tem que se investir e neste aspeto contamos com o apoio da Câmara, mas não só. Há linhas de investimento, linhas de candidaturas também abertas e nós temos que ser perspicazes e tentar perceber o enquadramento. Ao mesmo tempo desenvolver todos os esforços junto da ARS- Norte, onde aí sim, temos de perceber e fazer o levantamento de quantas pessoas, quais as possibilidades, se temos recursos para se desenvolver este sonho. Todo o trajeto que temos feito na prestação de cuidados vem neste sentido. Quando abrimos o nosso gabinete de enfermagem foi porque a nossa população não tem onde ir e nós sentimos essa necessidade. O próprio centro de dia que inicialmente era um centro de convívio e foi desenvolvendo todo o seu trabalho e aqui é importante referir todo o trabalho em rede que houve com o gabinete de ação social da Câmara Municipal, com as equipas que estão nas outras unidades familiares. Nós podemos ter muitos projetos, mas se não tivermos a questão da saúde garantida, os quatro pilares da cidadania são fundamentais e dois deles é a saúde e educação. Lutaremos sempre para que Maia nascente tenha a sua unidade de saúde, o seu médico e as suas escolas.

MH: A nível de transportes públicos, S. Pedro fins está bem servido?

RAF: Nós temos o privilégio de ter a linha de comboio Porto- Minho a passar aqui, mas não é suficiente. Temos aqui constrangimentos sérios, em termos de transporte. Sempre tivemos problemas destes ao longo do tempo e também é verdade que muito fizeram nos mandatos anteriores para mudar isso. A flor que agora brota é resultado de uma longa caminhada feita por muita gente. Nós agora temos a implantação do programa Mobus que é no fundo um programa de transporte a pedido que nos permite fazer com que a pessoa se registe, indique a sua necessidade para o dia seguinte. Temos aqui seis paragens, estrategicamente colocadas e vamos fazer o plano porta a porta no que respeita à divulgação. A junta tem cinco carrinhas, todas elas adaptadas e temos um autocarro. Claro que tudo aquilo que nos pedem, nos tentamos responder, mas é preciso algo mais profissional. Através da plataforma digital ou até do telefone é possível marcar no dia anterior e tem o preço fixo de 2€.

MH: Voltando atrás, a obra da requalificação da Avenida será para breve?

RFA: O primeiro passo foi fazer o levantamento dos proprietários, dos campos que se encontram adjacentes à avenida, no sentido de reunir com eles, refletir se podemos chegar aqui a um consenso e adquirir o que é preciso para requalificar os passeios. O passo seguinte será reunir com cada um destes proprietários, tanto eles como eu queremos o desenvolvimento da freguesia. S. Pedro Fins é um povo acolhedor, um povo que se envolve e é por isso que eu sinto que não estou sozinha.

Há mais projetos, temos um DAE (desfibrilhador automático externo), instalado no Centro de Dia e o meu grande objetivo será coloca-lo numa zona exterior, de fácil acesso aos vários grupos e formar dirigentes de grupos e associações para ajudar; garantir o funcionamento do gabinete de enfermagem, houve um interregno e abrimos em novembro do ano passado; a formação em primeiros socorros para todos; nós temos aqui o gabinete de psicologia ao serviço da população e gratuitamente; em termos de segurança nós temos um programa “proximidade maior” que é desenvolvido pela polícia municipal que contacta por telefone e faz visitas presenciais a idosos sinalizados.

MH: Ou seja, a polícia vai ao local nem que seja apenas para falar com as pessoas?

RAF: Exatamente. Temos, neste momento, 12 utentes no programa, mas isto é um programa dinâmico e flexível. Pode entrar gente e sair gente quando quiser.

Também tivemos uma reunião com a IP Património por causa do nosso apeadeiro porque precisamos de mais iluminação. Neste momento já há todo um processo de iluminação que foi implantado.

Nos nossos seniores temos um grupo de cavaquinhos. Esqueci-me de referir uma coisa importante, nós recebemos o prémio de autarquia do ano. Nós candidatámo-nos ao Lisbon Awards Group, havia várias categorias e nós fomos premiados na “qualidade de vida na terceira idade” entramos, fizemos o levantamento do que havia, concorremos e a nossa junta de freguesia foi chamada para receber o prémio. Nós para o ano iremos candidatar-nos a outras categorias porque a nossa freguesia também está reconhecida pela ordem dos psicólogos como “comunidade pró envelhecimento”. Quando nos candidatamos a um processo destes, somos sujeitos a avaliações e vêm aqui equipas e dizem-nos o que nos falta e por isso, vemos aqui oportunidades. Mesmo que não se ganhe o prémio, o contacto que nós temos, as visitas, as fiscalizações são um veículo para a transparência.

Temos a funcionar o GAIL (Gabinete de Apoio Integral à População Local) em parceria com a Câmara Municipal; fazemos parte do programa “Eu Digital” em que cada pessoa que pretenda ter competências básicas, literacia em termos digitais pode cá vir e é acompanhado individualmente porque estamos a atingir uma faixa da população muito discrepante, em termos de conhecimento, outros dominam tudo, outros têm de começar do zero; estamos também a intervir no infantário porque o edifício é nosso e está a ser muito bem gerido pela misericórdia, mas claro que é preciso alterações, fizemos a substituição das telhas com o apoio da Câmara Municipal, que nos auxiliou; retiramos três arvores que estavam a obstruir, quer a iluminação para o interior, quer as próprias caleiras. Estamos agora a tratar da parte de trás do jardim para que os nossos meninos tenham muita qualidade; o Parque de Arcos é também um parque infantil que foi requalificado há muito pouco tempo… a Câmara Municipal mudou a vedação, substituiu as molas; o nosso PER (Plano Especial de Realojamento) é uma das nossas preocupações, precisamos urgentemente de passeios na Rua das Cardosas, uma vez que é uma zona muito movimentada e nós temos lá a nossa habitação social e o pavilhão municipal e isso faz com que venha muita gente de fora, portanto temos de criar condições para essas pessoas que ali residem; foi agora aprovada a colocação de lombas redutoras de velocidade porque ali os carros passam a uma velocidade assustadora e a todo o momento pode sair um menino do campo de jogos e agora precisamos dos passeios até à rotunda; tivemos aqui o projeto MALGA que uniu os cozinheiros com os produtores e deram aqui formação, atendimento e como é que o produto pode chegar mais longe; temos parceria com o IEFP; queremos também apoiar o nó de acesso à A41 que é fundamental para desviar algum transito, sobretudo pesado aqui do coração da nossa freguesia; apoiar a gestão da recolha de resíduos é outro designio.

MH: É o seu primeiro mandato, mas pensa em recandidatar-se novamente?

RAF: Estamos aqui para trabalhar para um mandato e eu tenho à minha volta uma lista de pessoas muito competentes e também sou contra aqueles processos em que estamos anos e anos porque depois há, naturalmente, um desgaste natural e há muita gente competente para este lugar e com vontade de ajudar. Portanto, eu penso sempre num mandato, mas se nós tivermos uma ou duas grandes obras em curso e se a continuidade delas depender da manutenção desta lista, nós estamos cá para auxiliar. O que eu quero é olhar para trás e pensar “deixamos um legado”.

MH: Para terminar, S. Pedro Fins para a senhora presidente é…

RAF: S. Pedro Fins é a minha casa, é o meu porto seguro. Dá me tanto como merece que eu lhe dê.

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