Deterioração das condições de trabalho é a principal causa de sobre-endividamento no Norte

Deterioração das condições de trabalho é a principal causa de sobre-endividamento no Norte

Segundo os dados do Boletim Estatístico do 1º Trimestre de 2018 lançados pelo Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da DECO, a deterioração das condições de trabalho é a  principal causa de sobre-endividamento das famílias da região Norte, assumindo uma percentagem igual a 26%.

A DECO, através do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS), tem ajudado, desde 2000, diversas famílias em situações de sobre-endividamento e com dificuldade em renegociar os créditos. No primeiro trimestre deste ano, registaram-se 7.400 pedidos de apoio a nível nacional. A região norte ostenta a maior percentagem de pedidos de ajuda (36%), seguindo-se a zona de Lisboa com 33%.
No que diz respeito aos processos de sobre-endividamento, o Norte é o segundo com maior percentagem (31%). O primeiro lugar é ocupado pela zona de Lisboa com 32%. São 642 os processos registados no 1º trimestre de 2018 em todo o território nacional, o segundo valor mais alto desde 2015, onde foram mencionados 663.
O estudo estatístico revela ainda as causas que levam ao sobre-endividamento das famílias portuguesas. Ao nível da região norte, a deterioração das condições de trabalho é apontada como a principal razão, com uma percentagem de 26%. Relativamente ao território nacional, este parâmetro aparece apenas em segundo lugar com 17%, seguida do desemprego que ocupa 24%. Outros fatores como a Doença/Incapacidade (17%); o Desemprego (13%); as Execuções/Penhoras (13%); a Alteração do agregado familiar (9%); os Negócios e investimentos mal sucedidos (7%); o Divórcio/Separação (6%); a Passagem à reforma (5%); o Apoio a ascendentes (4%) compõem a tabela de causas apontadas para o sobre-endividamento da região norte, sendo que a percentagem é nula para o Fiador, que a nível nacional, assume 1%.

Portugueses, em média, recorrem mais ao Crédito à habitação
Em 2008 e 2009, as famílias portuguesas tinham, em média, sete créditos. Atualmente, a média de créditos por processo baixou para cinco, número que se mantém desde 2015. O crédito a que os portugueses recorrem mais é o da habitação, cujo montante médio ronda os 59.000€, seguido do crédito pessoal, com 10.740€, e por fim o cartão de crédito, nos 2.500€. Destes, 43% encontram-se em situação de incumprimento, apresentando, assim uma subida na percentagem do crédito regularizado que no 1º trimestre do ano passado era apenas de 45%.

A taxa média de esforço nacional é de 70%, sendo que o rendimento do agregado familiar, em média, é de 1050€ e o valor médio de prestações mensais de crédito 735€, valores mias baixos do que os registados no Norte, onde o rendimento do agregado familiar é de 1300 € e o valor de prestações mensais de crédito de 800€, traduzindo-se numa taxa média de esforço igual a 61,5%. A nível nacional, as famílias portuguesas conseguem ter um saldo mensal médio de 163€, tendo em conta que, em média, os encargos mensais (alimentação, eletricidade, telecomunicações, gás, água, entre outros) rondam os 478€.

Através do GAS da DECO todos os consumidores poderão ter acesso a: informação e formação ao consumidor no âmbito da literacia financeira; aconselhamento e orientação económica (gestão do orçamento familiar e recurso ao crédito); e análise e intervenção em situações de sobre-endividamento.

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